Rosa Coelho recorreu ao Instituto Geográfico Cadastral de Angola-IGCA, a fim de forjar documentos que atestam, a seu favor, a legalidade dos lotes de terra que pretende usurpar
Victor Kavinda
Mais de 50 funcionários da empresa Konda Marta estão agastados com a antiga PCA da referida empresa que nega conhecê-los, depois de muito tempo de trabalho desde a década de 90 até aos dias de hoje. Porém, a anteriorresponsável, em jeito de compensação, prometeu dar aos trabalhadores lotes de terra para que cada um fizesse o uso qur melhor lhe conviesse. Porém, ante a ambição de determinados elementos ligados às elites do poder, incluindo a administradora do distrito urbano da Cidade Universitária, Rosa Coelho, e comparsas, a promessa da anciã não chegou a ser concretizada.
Os trabalhadores da referida empresa disseram à imprensa que, devido ao estado de saúde da proprietária, a mesma passou a gerência da empresa ao seu sócio Daniel Neto, que tem enfrentado vários problemas com muitos invasores de terras, entre eles polícias, militares, fiscais, governantes e muitos outros.
Domingas Rafael e Tadeu Augusto, trabalhadores mais antigos, falando em nome dos funcionários, afirmaram que muitos dos seus colegas têm cumprido cadeia por causa das suas terras, cujos invasores não querem largar porque sentem-se poderosos e abusam do poder que têm.
O actual director da Empresa Konda Marta, Daniel Neto, apresentou documentos que, segundo ele, espelham as “trapaças” engendradas pela administradora do distrito urbano da Cidade Universitária, Rosa Coelho, e seus aliados, como José Januário, director do IGCA, que durante este tempo tem tirado o sono daquela população que vive em péssimas condições e luta pelas suas terras que lhes cabe por direito.
“Existe uma empresa que tem contrato connosco, ainda válido, que iniciou com o processo de loteamento aqui no perímetro. Mas infelizmente, a administradora Rosa Coelho, aproveitou-se do momento que estive detido para coagir a referida empresa à fazer o loteamento de vários hectares para ela”.
O director da empresa acrescentou que Rosa Coelho recorreu ao Instituto Geográfico Cadastral de Angola-IGCA, a fim de forjar documentos que atestam a legalidade, a seu favor, dos lotes de terra que pretende usurpar. Segundo o queixoso, foi dessa forma que o director do IGCA, José́ Januário, entrou na “máfia” por ter ajudado a forjar os documentos.
“Pelo que se constata, a administradora e o seu comparsa colocaram-se em maus lençóis”, disse Daniel Neto, acrescentando que tem em sua posse documentos forjados que espelham a verdadeira “trapaça” da administradora e do cidadão José́ Januário.
“A administradora da Cidade Universitária lavrou um documento, supostamente vindo do IGCA, assinado no dia 12 de Fevereiro de 2021, e o próprio IGCA, como a entidade que cadastra as terras, lavrou o mesmo documento, assinado no dia 18 do mesmo mês, em clara contradição”, explicou o director da Konda Marta.
Área de património do SIC Geral visita perímetro da Konda Marta
Uma equipa do Serviço de Investigação Criminal (SIC Geral) ligado ao património esteve no dia 31 do mês passado na área da empresa Konda Marta com o objectivo de inspeccionar as obras que estão sendo implantadas no local.
O director da empresa e sua equipa, apresentaram aos investigadores as obras e revelaram os nomes dos seus respectivos proprietários. O SIC não avançou qual será o segundo passo mas, pelo que acompanharam, chegaram à conclusão que os invasores têm rostos e estão bem localizados uma vez que muitos deles trabalham nos órgãos de Defesa e Segurança do Estado.
Daniel Neto disse que a presença do SIC ajudou a notificar as empresas construtoras e afirma ter passado na inspecção do Comando Geral da Polícia Nacional onde foram apresentados os nomes de efectivos envolvidos nos litígios de terrenos na cidade de Luanda.
Director da Konda Marta esclarece fiscais de Talatona sobre terrenos e invasores
A empresa Konda Marta foi chamada para responder a uma notificação emitida pela fiscalização do município de Talatona. Dentre os motivos, constam as construções anárquicas de residências e projectos erguidos nos perímetros controlados pela empresa.
O director da empresa em causa, Daniel Neto, durante a conversa mantida no gabinete jurídico daquele corpo de fiscalização, afirmou categoricamente que a sua empresa não é responsável pelas obras citadas na notificação.
O director deu a conhecer, também, que as obras têm rostos e nomes. “Nós viemos aqui para esclarecer que os proprietários das obras e terrenos referidos têm sido acobertados pelo administrador do município de Talatona, Rui Duarte, a favor dos seus interesses”, alegou.
“Fui ouvido mas não me foi dado o despacho passado pelo próprio administrador. O que prova que o administrador está envolvido directamente nestas trapaças”, enfatizou.