Realizou-se na manhã desta segunda-feira, no Hotel EPIC SANA, em Luanda, a cerimónia de abertura do Workshop Nacional de Lançamento do Programa de Telemedicina e Ensino à Distância no Sector da Saúde. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Saúde (MINSA), em parceria com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), com apoio técnico e financeiro do Banco Mundial.
O evento, promovido pela Unidade de Implementação do Projecto (UIP), reúne representantes do Executivo, parceiros internacionais, gestores provinciais de saúde, técnicos do sector e especialistas nacionais e estrangeiros. O objectivo principal é apresentar a estratégia nacional de expansão da Telemedicina e do Ensino à Distância, como instrumentos fundamentais para modernizar, integrar e humanizar os cuidados de saúde em todo o território nacional.
A cerimónia foi marcada por momentos solenes, incluindo a entoação do Hino Nacional, uma apresentação sobre o estado actual da Telemedicina em Angola e os discursos de boas-vindas proferidos pelas entidades presentes.
O acto contou com as intervenções do Vice-Governador da Província de Luanda para a Área Social, Dr. Manuel Gonçalves, do Presidente do Conselho de Administração da INFRASAT, Eng. Diogo de Carvalho, e foi oficialmente inaugurado por Sua Excelência Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Paula Valentim Lutucuta.
Em representação do Governador Provincial de Luanda, Luís Manuel da Fonseca Nunes, o Vice-Governador Dr. Manuel Gonçalves saudou os participantes:
“É com imensa satisfação que, em nome do Governador Provincial de Luanda, tenho a grata honra de saudar a todos os presentes e desejar as boas-vindas a esta cerimónia de abertura. Este encontro reveste-se de particular importância, pois constitui um espaço privilegiado para a partilha de conhecimento, de experiências e de boas práticas, fundamentais para o fortalecimento do nosso sistema de saúde.”
Destacou ainda:
“A Telemedicina e o Ensino à Distância representam hoje ferramentas indispensáveis para a modernização dos serviços de saúde, ampliando o acesso, encurtando distâncias e assegurando que mais cidadãos beneficiem de cuidados com qualidade e eficácia.”
Aproveitou a ocasião para saudar calorosamente os participantes internacionais oriundos do Brasil, Portugal e Ruanda:
“Que possam sentir a hospitalidade da nossa gente, conhecer a riqueza da nossa gastronomia, mergulhar na beleza da nossa cultura e levar consigo a marca inesquecível de uma cidade vibrante e cheia de encantos.”
Concluiu desejando:
“Um encontro profícuo, de reflexão construtiva e de resultados concretos que sirvam de base para o progresso do nosso sector da saúde. Acreditamos que os frutos desta iniciativa se reflectirão em mais saúde, mais inclusão e maior bem-estar para todos os angolanos.”
A Intervenção do PCA da INFRASAT, Eng. Diogo de Carvalho, contextualizou o histórico da telemedicina em Angola:
O projecto teve início em 2014, com o lançamento oficial a 06 de Novembro de 2018, com a inauguração da primeira sala no Hospital Central do Huambo.
Actualmente, está operacional em 6 das 21 províncias, abrangendo 42 hospitais provinciais e municipais.
A conectividade é assegurada pelo ANGOSAT-2, satélite angolano, e operada pela INFRASAT, sob coordenação do MINSA e MINTTICS.
Províncias e Infra-estruturas Atendidas:
- Luanda: Hospitais David Bernardino, Josina Machel, Prenda, Catete, Quiçama, Dom Emílio de Carvalho (HG de Viana), Maternidade Lucrécia Paim;
- Lunda-Sul: Hospitais de Dala, Cacolo, Muconda, Hospital Geral e Maternidade Provincial;
- Huambo: Hospital Central e hospitais dos municípios da Caála, Bailundo, Mungo, Longonjo, Ekunha, entre outros;
- Moxico: Hospital Geral e hospitais dos Bundas; *Camanongue, Luacano, Luau, Alto Zambeze, entre outros;
- Uíge: Hospital Geral e hospitais nos municípios de Uíge, Negage, Sanza Pombo, Quimbele, etc;
- Huíla: Hospital Central do Lubango, hospitais municipais da Jamba e Caconda, e Maternidade da Huíla.
A infra-estrutura é complementada por sistemas de energia renovável (painéis solares), o que garante funcionamento contínuo em zonas remotas.
“A Telemedicina tem-se revelado uma ferramenta valiosa para melhorar o acesso à saúde, ligando pacientes e médicos em tempo real e optimizando recursos por meio de comunicações seguras e contínuas“, destacou o PCA da INFRASAT.
A Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Paula Valentim Lutucuta, sublinhou os avanços significativos nas províncias do Huambo, Moxico, Lunda Sul, Bié, Huíla e Luanda, e reforçou os pilares estratégicos do programa:
- Aproximação dos cuidados especializados às populações;
- Redução das desigualdades no acesso à saúde;
- Formação de mais de 2.000 profissionais via plataformas digitais;
- Garantia de assistência de qualidade mesmo nas regiões mais remotas.
A Ministra afirmou:
“A Telemedicina e o Ensino à Distância representam mais do que inovação tecnológica: representam um compromisso com a equidade, a inclusão e a dignidade humana.”
Segundo a titular da pasta da Saúde, o programa permitirá:
- Realização de cerca de 500.000 teleconsultas;
- Alcance de mais de 3 milhões de cidadãos angolanos nos próximos anos.
A Central Nacional de Telemedicina e Ensino à Distância, actualmente em fase de instalação, será o centro de coordenação técnica e pedagógica do projecto. Suas funções principais incluem:
- Monitorização das teleconsultas;
- Produção de conteúdos formativos;
- Apoio técnico a todos os níveis do sistema nacional de saúde.
Este Workshop marca o início de uma nova etapa na digitalização e transformação dos serviços de saúde em Angola, reforçando a tecnologia como elo entre o conhecimento, o cuidado e o cidadão.
O seminário prossegue ao longo do dia, mais detalhes a serem divulgados oportunamente.
