Infelizmente, na tribuna de honra, havia muitos muitos lugares desocupados. Aquela situação é reveladora da pouca importância que os governantes angolanos dão à cultura angolana. Se fosse no Brasil, os convidados marcariam presença. Creio que não haveria lugares desocupados. Provavelmente, se fosse necessário, alguns convidados, sentar-se-iam na “baúca”.
Deixo palavras de apreço ao Presidente da República, Ministro da Cultura e Turismo e ao Governador Provincial de Luanda por terem prestigiado o evento, marcando presença no desfile da maior manifestação cultural do Psis.
Analisando nosso carnaval, espero que se criem as condições para que, nos próximos anos, as músicas sejam cantadas ao vivo. A emoção ê diferente! Infelizmente, continuamos a assistir ao excesso de homenagem a Agostinho Neto, mas letras da músicas. Nós já não estamos na fase do “Carnaval da Vitória”, em que havia uma elevada carga política. O carnaval dos nossos dias deve ser menos politizado na letras da músicas e nas alegorias. Parabéns ao Kiela que homenagearam “As Gingas do Maculusso”.
Do ponto de vista organizativo, houve muita segurança. A comunicação social esteve bem, com cobertura de diversas empresas de comunicação social. Enalteço a qualidade da luz e do som. O grande constrangimento esteve relacionado com a exiguidade e as condições das casas de banho móveis. Que pena das senhoras e das crianças, sobretudo as género feminino!
Nesta edição do Carnaval deste ano, os grupos aprestaram-se bem trajados, apesar das dificuldades financeiras que alguns enfrentam. Por conseguinte, é importante e urgente pormos em prática a “Lei do Mecenato”, que, ao que parece, é uma mera cábula das leis de outros países.
Enalteço a SONANGOL, ENDIMA e CUCA, por terem patrocinado consideravelmente o carnaval, quer a organização, quer alguns grupos
Espero que, nas próximas edições, haja mais figuras do conhecimento do público a dançarem o carnaval, na Marginal Sul. As escolas e a comunicação social devem contribuir para esse desiderato.
Uma questão à parte, gostei imenso das tranças da Nadir Tati e da Hamiinata Feijó, ambas membro do júri.
Até o próximo ano!
Beijo e/ou abraços deste homem de cultura,
José Carlos de Almeida
(Pensador & Escritor)
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