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Rússia comete atrocidades monstruosas na Ucrânia piores que as da 2ª Guerra Mundial

por Redação

São passados cerca de 50 dias desde que se iniciou a incursão russa pela Ucrânia. Durante este tempo, a Rússia, ou, os militares russos, estão a cometer as maiores barbaridades contra o povo ucraniano. Segundo testemunhas, a destruição, em meio à crueldade e desumanidade que tem sido levada a cabo pelos russos é tão ou mais monstruosa que a dos nazis de Hitler durante a 2ª Guerra Mundial

Apesar da sua superioridade em todos sentidos, principalmente bélica, os russos estão a encontrar grandes dificuldades no terreno para dominar totalmente a Ucrânia.

Quando a Rússia invadiu o país, o Presidente Vladimir Putin  gabou-se que a vitória seria coisa de horas. Porém, quase dois meses depois a situação tomou outros contornos, os russos estão a recorrer a outros estratagemas, incluindo ataques consecutivos em diversas frentes com uso dos mais sofisticados armamentos de última geração, bem como estão a ser realizadas operações, ditas de “limpeza”, em que os militares russos não deixam nada de pé e não poupam ninguém. Os civis são as maiores vítimas, mulheres, crianças e idosos estão a ser dizimados e os corpos, às centenas, são atirados para valas comuns.

Igualmente, a propaganda russa, além de dilatar números e factos a seu favor, faz questão de alardear que a vitória está à porta, destacando nos útimos dias que os militares russos atacaram seis redutos de unidades da 24ª brigada mecanizada ucraniana separada na área de Popasna e, como resultado dos ataques, mais de 120 pessoas, 11 veículos blindados e 14 veículos para diversos fins foram destruídos.

Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram dois UAVs no ar sobre os assentamentos de Ochakov e Nikolaev. A aviação russa atingiu 38 instalações militares na Ucrânia. Entre elas, o depósito de munições de Toshkovka na região de Lugansk, bem como 8 áreas de concentração de equipamento militar ucraniano nos assentamentos de Glazunovka, Pyatigorsk e Prishib na região de Kharkiv, descreve a propaganda russa.

No total, desde o início da operação especial, em particular, 130 aeronaves, 99 helicópteros, 244 sistemas de mísseis antiaéreos, 445 drones, 2.153 tanques e outros veículos de combate blindados, 241 instalações de sistemas de foguetes de lançamento múltiplo foram destruídas.

A Rússia afirmou, nas últimas horas, que mais de 134 combatentes se renderam na noite de quarta-feira última em Mariupol, aumentando para 1.160 o número de militares ucranianos que “voluntariamente” depuseram as armas naquela cidade, informou o Ministério da Defesa russo.

Operação Mariupol

“Durante a operação para libertar a cidade de Mariupol, mais 134 militares ucranianos, incluindo 14 oficiais, depuseram as suas armas e renderam-se durante a noite”, disse o porta-voz militar russo, Igor Konashenkov.

“Em apenas um dia, renderam-se 1.160 militares ucranianos da 36.ª brigada de infantaria da Marinha. Entre os quais, 176 oficiais”, referiu o porta-voz.

Na quarta-feira, a Rússia anunciou uma suposta rendição de 1.026 soldados desta brigada, que nos últimos dias haviam denunciado as difíceis condições em que se encontravam para resistir ao ataque russo, uma vez que ficaram “sem munição ou alimentos”.

A Ucrânia até agora apenas confirmou que “alguns” dos militares foram “capturados” pelos russos, embora não revelasse o número de soldados feitos prisioneiros.

O assessor do Presidente ucraniano, Oleksiy Arestovych, disse na noite de quarta-feira ao opositor russo Mark Feygin, durante uma entrevista publicada na rede social YouTube, que “parte da 36.ª brigada de infantaria da Marinha foi feita prisioneira numa tentativa de avanço [no terreno]” e que “muito menos” de mil militares teriam sido feitos prisioneiros.

“É uma mentira completa, (o número foi) aumentado várias vezes. Alguns juntaram-se ao regimento Azov e outros foram para outros lugares. E, como estavam separados uns dos outros, tomaram decisões com base na situação”, disse o assessor ucraniano.

De acordo com Arestovych, aqueles que não se conseguiram juntar ao regimento de Azov, que está posicionado numa fábrica em Azovstal, “ficaram sob artilharia e ataques aéreos, perderam-se muitos (soldados) e outros foram feitos prisioneiros” pelos russos.

Num vídeo também publicado na noite de quarta-feira pelo regimento Azov na rede social Telegram, o tenente-coronel do regimento, Denis Prokopenko, e o comandante da 36.ª brigada de infantaria da Marinha, major Sergei Volynsky, confirmaram que alguns soldados conseguiram ingressar no batalhão, mas também não revelaram o número dos que supostamente se renderam ou foram feitos prisioneiros.

Como se sabe, a Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU que, entretanto, alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Boris Johnson fez uma visita surpresa a Kyiv

Os líderes europeus continuam a mostrar o seu apoio a Kyiv e, depois da visita, na sexta-feira, de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Josep Borrell, Alto representante da União para os Negócios Estrangeiros, no sábado (09), foi a vez de uma ida “surpresa” de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, ao país.

Na sequência da ida de Johnson a Kyiv, Downing Street divulgou um comunicado, no qual o governante disse ter sido um privilégio conhecer Zelensky “pessoalmente”. Na mesma nota, Boris Johnson considerou que a Ucrânia conseguiu “o maior feito militar do século XXI” ao afastar as forças russas da capital.

A Ucrânia detectou, também no sábado, um aumento no nível de contaminação radioactiva na inactiva central nuclear de Chernobyl, ocupada por tropas russas até 31 de Março, embora dentro dos limites.

A Ucrânia abriu 5.600 investigações por alegados crimes de guerra cometidos no território, desde o início da invasão russa, disse a procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova. Em declarações à estação de televisão Sky News, a procuradora considerou o presidente russo Vladimir Putin como “o principal criminoso de guerra do século 21”.

Mais de 11 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, dos quais, 4,5 milhões refugiaram-se em países vizinhos desde o início da invasão ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, de acordo com os números actualizados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Na actualização recente, contam-se 4.503.954 pessoas refugiadas, mais 62.291 do que o número de sábado último, no que é o maior movimento de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Aeroporto de Dnipro destruído por bombardeamento russo

O aeroporto de Dnipro, uma grande cidade no leste da Ucrânia, foi  novamente bombardeado nas últimas horas pelos russos e ficou “completamente destruído”, anunciou o governador regional. “Novo ataque ao aeroporto de Dnipro. Não sobrou nada. O próprio aeroporto e as infraestruturas próximas foram destruídos. E os mísseis continuam a voar”, escreveu Valentin Reznichenko, governador regional, na rede Telegram.

O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, apelou aos investigadores científicos para que estudem os efeitos da propaganda russa, considerando que esta abriu caminho para as atrocidades perpetradas pela Rússia durante a ocupação da cidade de Bucha.

“Bucha não aconteceu num dia. Durante muitos anos, as elites políticas russas e a propaganda incitaram ao ódio, desumanizaram os ucranianos e alimentaram a superioridade russa preparando o terreno para as atrocidades cometidas agora”, escreveu Kuleba na sua conta na rede social Twitter. (Com agências)

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