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O RANGEL & A CULTURA

por Redação


1. “CENTROS RECREATIVOS”Os Séngula e o Sporting do Rangel erm os principais centros recreativos. Mais tarde, surgiram os “dancings”. Em diferentes épocas,  fins-de-semana, as moças desfrisavam o cabelo em casa ou em casas de senhoras ou jovens que exerciciam essa actividade. Usava-se um fogareiro para aquecer o pente e enrolador de metais que passava pelo cabelo já oleosos. Usa-se saia e blusa ou vestido. Já sabemos que essas peças de roupa evidenciam a feminilidade das mulheres. As moças e as mulheres não exibiam as suas cuecas. Era difícil haver “cinema sem pagar”. Ao sentar, as pessoas do sexo feminino, prendia já saia ou vestido por entre as pernas. Geralmente, só se viam cuecas em cordas (estendais). Por isso, alguns rapazes usavam pedaços de espelho para verem a cueca (o biquíni) e o fundo das pernas da raparigas. Contudo, houve quem tivesse apanhado grandes tareias por causa dessa malandrice. 
Havia muitos jovens rosqueiros, visto que gostava da “rosca”. Eram os noctívagos, alguns dos quais emprestavam ou tomavam de empréstimo roupas, calçados ou adereços para usar nos “bodas”. Para os homens e rapazes, sair de um boda como uma garina era uma grande proeza. Com base nesse realidade, o Voto Gonçalves cantou “Lá para cinco da manhã começa o jogo da maçã” e o Bonga, cantou “Na hora de ir embora, vai com quem te revelo”. Levar uma rapariga ou “arrastar uma garina” era uma prática que vinha dos antepassados. Rosqueiros! 
No Rangel, também havia dois ou três restaurantes. O mais famoso era o do Jaime, no começo da Rua da Lama, a partir do Américo Boavida (antigo Hospital de S. Paulo). Nos “barengues” ou “turengues” vendiam bué de arroz com peixe frito e serviam finos em copos “reco-reco”. 
2. GRUPOS CARNAVALESCOSO dois principais grupos carnavalescos do Rangel eram o “União Povo do Rangel”, comandado pelo Nascimento e o “União Juventude do Rangel”, liderado por Sabará. Havia grande rivalidade entre ambos os grupos, que se exibiam nas diferentes ruas bem estruturado as do Rangel. Muitas vezes, paravam à porta de casa de uma família se exibir s ela a troco de uma valor simbólico. No fim do dia, contabiliza-se o dinheiro.  Nas rua má do Rangel, ouvia-se os sons do batuque, reco-reco e das cornetas. Eram muito bomaqueles momentos de alegria, em tempos de dificuldades generalizadas, devido à guerra. 
3. GRUPOS DE DANÇANo Rangel também houve alguns grupos de dança. O mais significativo era o grupos dos rapazes da Rua Ambaca (troço da tia Bebé, sogra de Elias Dya Kimuezu). Dançar estava na moda. Os jovens eram influenciados pelos “Mestres da Kabetula”, no Nelito Soares, que eram exímios dançarinos da música do África Negra (a TPA conservam as suas imagens). 
4. A ENDUMENTÁRIA Os senhores vestiam-se bem. Calças e camisas bem engomadas, com vincos à vista. Os rapazes usavam camisolas simples, calças feitas pelos alfaiates (entre os quais o senhor Dinis). Os jovens viajados, bem como os que tinham o péssimo hábito de “diombelar” “bâmbaros” alheios usavam calças de ganga (Lois e Lee) e polos ou camisas às flores. Usa-se chupas, “quédis” e sapatilhas. Os viajados usam as tangas e os chinelos “samba” para servirem de chamariz, quando quisessem “ngombar” algumas raparigas interesseiras. Roupas, calçados e acessórios da moda eram raros. Por isso, algumas moças interesseiras e outras, “kuarras” (como eram chamadas pejorativamente) entregavam-se aos cooperantes europeus (os “pulas”). Essa garinas “trapavam”! “Jibavam”lAs kotas vestiam-se bem! Apenas algumas “kambacitas” se apresentavam bué “malaique”. As velhas do Rangel vestiam-se a bessangana. Eram tão bom vê-las de tranças, vestidas de panos com os seus adereços (missangas e/ou artigos em ouro).
   José Carlos de Almeida

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