Adriano dos Santos, presidente da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores da Educação, Cultura, Desporto e Comunicação Social, refere que uma greve geral, a nível nacional, será realizada no mês de Março, caso o Governo não se pronuncie sobre o prometido aumento salarial
Victor Kavinda
Enquanto o Executivo fala em aumento da salário mínimo em 50%, os sindicalistas exigem que o mesmo seja feito na base de 100%.
O presidente da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos – Confederação Sindical (UNTA – CS), Adriano dos Santos, informou que a reunião, em que participou o conselho federal, seu órgão deliberativo, culminou com decisões unânimes, pelo que no dia 4 de Março do corrente ano poderão avançar para uma greve nacional dos trabalhadores que fazem parte deste sindicato.
“O tempo vai durar, por isso este órgão avaliou o processo de negociações e concluiu a necessidade de convocar outro órgão que tem poderes para o efeito que é o conselho federal e no dia 4 de Março, aí sim, vamos definir por concreto a convocação da greve”.
Por outro lado, Adriano dos Santos disse que no desenrolar do encontro chegou-se à conclusão de que não há vontade por parte do empregador em dar solução a questões estruturantes do caderno reivindicativo, frisando concretamente a insatisfação que há pelo aumento de 50% do salário, que não satisfaz em nada, considerando o elevado custo de vida, o agravamento dos diversos impostos que diluem por completo os subsídios a que os funcionários têm direito, além de que há direitos que não estão contemplados. Nos dias de hoje o salário não é compatível com o custo de vida.
O novo secretário-geral da UNTA considera que o salário mínimo nacional não deve ser inferior a 100%. “Isso é uma grande verdade e hoje o Governo aprova 50% de aumento salarial que é insignificante. Para o último salário nacional no sector da cultura, 21.000 kwanzas, com um aumento de 50% está-se a falar de 31.532 Kz no máximo, que não satisfaz a cesta básica, já que actualmente a mesma ultrapassa os 100 mil kz; são várias questões conjugadas que nos levam a tomar uma decisão para uma possivel greve no mês de Março”, concluiu.