Início Sociedade Pelas suas falcatruas: Militantes do MPLA em Luanda acusam Nelson Funete de prejudicar o partido  

Pelas suas falcatruas: Militantes do MPLA em Luanda acusam Nelson Funete de prejudicar o partido  

por Redação

O administrador do município de Icolo e Bengo, Nelson Lopes Funete, cujo nome tem sido bastante badalado nos últimos dias, em função das tramóias que tem urdido naquela circunscrição da província de Luanda, em que é acusado de uso e abuso de poder, violação da lei e esbulho de terrenos aos legítimos proprietários, entre outros crimes, está a ser vivamente contestado no seio de militantes do MPLA em Luanda, sobretudo no município do Cazenga

As acções praticadas por Nelson Funete em Icolo e Bengo, que estão a ser reveladas através do litígio que mantem com a empresa Pleno Negócio Prestação de Serviço Lda,  a quem está a prejudicar ao usurpar os seus direitos de propriedade em terrenos devidamente legalizados, incluindo espaços com obras em curso, que são projectos do Estado, com contratos firmados pela anterior administradora daquele município, que agora estão a ser desrespeitados e  espezinhados por Nelson Lopes Funete, são motivo de repúdio por parte dos miltantes do “Ême”, que afirmam ser essa a sua forma de “trabalhar”.

“Nelson Funete é um trapaceiro nato que muito prejudicou o nosso partido, MPLA, quando era o 2º secretário da província de Luanda. Cometia muitas ilegalidades nas costas do camarada Bento Bento que era o chefe, o 1º secretário”, disse ao J24 Horas, um militante no Cazenga.

Outro jovem vai mais longe e afirma que “o MPLA perdeu a maioria em Luanda a favor da UNITA por causa de Nelson Funete e as suas trapaças. Quando do processo orgânico de eleições do elenco dos secretariados do partido a nível dos municípios e distritos urbanos de Luanda, Nelson Funete reprovava os candidatos aprovados legalmente pelos militantes e impunha os seus candidatos, que geralmente eram pessoas malquistas nas comunidades e criou muita confusão e descontentamento”.

Um jovem militante residente no Rangel concorda com o seu amigo do Cazenga e acrescenta que essa era a prática de Nelson Funete, ou seja, “colocava os seus ‘delfins’ para melhor controlar os demais e impedir que não interferissem nos seus interesses pessoais, porque ele nunca quis saber dos interesses do partido, aproveita-se sim do partido para satisfazer os seus interesses obscuros; por isso afastava os militantes capazes e queridos pelas massas e sujava as suas boas folhas de serviço”, acusa.  

De acordo com uma fonte no distrito urbano 11 de Novembro, no município do Cazenga, enquanto segundo secretário provincial de Luanda, Nelson Funete era o coordenador do grupo de acompanhamento do Cazenga e “viciava os processos para lançar os seus amigo e ‘testas – de – ferro’, com quem desviava os valores cabimentados pelo partido e o ajudavam a controlar os negócios que tinha, ou tem, na cidade da China, no Kikolo, entre outros, como o da venda


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do imóvel que era a sede local do partido. Era Funete quem determinava os que assumiam cargos no Cazenga, por amiguismo, bajulação e nepotismo. Dizia-se mesmo que o ‘Cazenga é do camarada Nelson Funete’”.

Por mais que se fechasse os olhos, as falcatruas de Nelson Funete atingiram um nível tão alto, que começou a transbordar quando os militantes, em diversos municípios de Luanda, passaram a manifestar o seu descontantamento abertamente. A situação alarmou a direcção do MPLA e o primeiro secretário de Luanda, Bento Bento, teve que intervir para dar um “basta” aos desmandos do seu adjunto.

Porém, a intervenção de Bento Bento, que terá “adormecido à sombra da bananeira” enquanto Funete fazia e desfazia, foi tardia, pois o “vírus” do mal já estava entranhado nas comunidades e muita gente deixou de acreditar nas promessas do MPLA.

Sobre Nelson Funete há muito que se diga, arrogante e convencido que tudo pode, não se importando de lesar cidadãos, o próprio partido que lhe dá o poder que usa e abusa, assim como o Estado, como é o caso dos actos que está agora a praticar nas vestes de administrador municipal de Icolo e Bengo, violando de forma flagrante os artigos 37º e 38º da Constituição da República de Angola, assim como os preceitos constitucionais respeitantes ao catálogo dos direitos, liberdades e garantias fundamentais directamente aplicáveis e que vinculam todas entidades públicas e privadas.

Fazendo jus à sua desmedida ambição, ao desrespeitar as decisões da ex-administradora, actos praticados enquanto órgão  desconcentrado da Administração do Estado em prol de fins públicos a nivel local e ao apoderar-se abusivamente dos terrenos da empresa Pleno Negócio Prestação de Serviço Lda, o interesse principal é tirar o máximo de proveito dos projectos do Estado e da situação geral do município de Icolo e Bengo.

Assim sendo, tem permitido  a invasão dos terrenos e atá contratou uma outra empresa a quem cedeu o espaço que é propriedade da empresa anteriormente contratada para construir as infra-estruturas sociais do Estado, com o objectivo de edificar casas de tipologia T3, que depois de construidas, 60% das mesmas reverterão a favor da empresa construtora e 40% serão para o administrador, que entretanto, usa a Administração como capa.

Um Governo sério, que garante trabalhar pelo desenvolvimento do país e criar bem-estar para o seu povo, não pode admitir indivíduos desta estirpe no seu elenco. O lugar de marginais é na cadeia e não nas administrações para prejudicar mais a sociedade.

Ante o pedido de Providência Cautelar remetido pela empresa Pleno Negócio Prestação de Serviço Lda ao meritíssimo Juíz de direito da sala do cível e administrativo do Tribunal da Comarca de Luanda, as autoridades devem agir rapidamente, pois a situação está a tomar contornos alarmantes e, tanto a Polícia local como a Fiscalização, estão nos “bolsos” de Nelson Funete, pois não agem nem reagem às denúncias e à invasão que está a ser feita no local. Caso contrário, os danos que estão a ser causados poderão ser irreversíveis! (J24 Horas)


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