A governadora provincial de Luanda acusou as empresas de recolha de lixo que perderam os contratos de depositarem propositadamente o lixo nas ruas da cidade.
Márcia Elizabeth
Desde Dezembro do ano passado que as ruas de Luanda estão cheias de lixo por falta de recolha, em consequência do fim do contrato entre o Governo Provincial com as operadoras.
Nos últimos dias, as operadoras começaram a retirar todos contentores de lixo das ruas, assim como do interior dos bairros, causando grandes amontoados de lixo no chão. Em algumas zonas, os moradores na tentiva de diminuir o lixo lançam fogo.
A governadora Joana Lina acusou as empresas cujos contratos foram cancelados de estarem a depositar o lixo que estavam nos contentores no chão. Sem citar nomes, a governadora garantiu começar a resolver a “maka” do lixo no decorrer desta semana.
Recorde-se, entretanto, que o governo da província de Luanda suspendeu o contrato existente há quatro anos com seis operadoras de limpeza e recolha de resíduos, por incapacidade de suportar o pagamento em moeda nacional, indexado ao dólar.
Em conferência de imprensa, a governadora da província de Luanda, Joana Lina, disse que quatro das seis operadoras continuariam a prestar serviço até ao último dia de 2020, enquanto as restantes já tinham paralisado as suas actividades.
Para a governadora Joana Lina, os contratos foram celebrados em dólares, ao câmbio do dia, e o governo não está actualmente em condições de satisfazer esta obrigação, tendo uma dívida acumulada que uma equipa do governo provincial está a certificar o valor em questão para validação, salientando que as regras de contratação vão ser atualizadas, sendo a exclusão de pagamento em moeda estrangeira uma das principais diferenças.
Até que se realizem novas contratações, os trabalhos de limpeza e recolha de resíduos sólidos, até à primeira quinzena de Janeiro do corrente ano, serão garantidos pelas administrações municipais, distritais e pelas quatro empresas que se encontram disponíveis a colaborar.
A governante considerou que devem ser ponderadas e encorajadas a criação de cooperativas de jovens, para fazer o trabalho de recolha de resíduos sólidos nas novas centralidades e no casco urbano, para que se reduzam custos operacionais e se melhore o ambiente na cidade capital. Luanda produz diariamente 6.800 toneladas de resíduos e as operadoras têm capacidade de recolha de apenas 60%.