Desde o dia 25 de Outubro que a Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), instalou um gabinete na Unidade Técnica de Gestão e Saneamento de Luanda (UTGSL), para apurar o desaparecimento de muitos camiões, situação que tem acontecido naquela empresa e que os trabalhadores dizem que tem a mão da sua direcção-geral
Domingos Kinguari
A informação foi prestada ao Jornal 24 Horas online pelos trabalhadores da UTGSL, acusando a direcção da empresa de, «mesmo proibida pelo Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) tem feito despedimentos colectivos, porque alega que tem falta de meios rolantes, mas nós sabemos que a empresa é uma das que mais meios tinha a nível de Luanda. Na época do governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, ele e a direcção da empresa, liderada por Zunilda Mandinga, mandaram os camiões para a Empresa de Limpeza e Saneamento Básico de Luanda (Elisal), justificando que a mesma possui oficina e técnicos capazes», destaca a fonte.
A fonte aludiu ainda que «levaram os camiões para serem assistidos naquela empresa, mas desde que as viaturas foram para lá, nunca mais regressaram à UTGSL. Se foram ou não reparadas não se sabe e nós desconhecemos o paradeiro dos mesmos meios. Tínhamos muitos camiões de sucção e retroescavadoras, mas deu-se um sumiço e ninguém fala disto. Agora estão a sacrificar os trabalhadores, por isso exigimos que justiça seja feita e que os ladrões sejam colocados na cadeia. Já não queremos governantes que se aproveitam dos bens públicos para enriquecer», denunciam.
Os despedimentos colectivos efectuados pela directora Zenilda Mandinga, contou a fonte, foram justificados em assembleia de trabalhadores com o desaparecimento dos camiões «que sumiram da Elisal, foram vandalizados todos os meios da UTGSL, mas ela não disse se fizeram alguma participação à Inspecção Geral da Administração do Estado, que é o órgão apropriado para velar pelos meios públicos. Agora que culpa nós temos? Nós não somos culpados, alguém deve arcar com essas consequências», questionam-se.
«Antes havia um despedimento colectivo, agora a directora trocou de estratégia, passou a ser feita de forma selectiva, a directora é contra os outros, ou seja, ‘rói e sopra’. Puxou alguns para o seu lado para que lhe passem informações contra colegas. Os que estão agora ao lado dela são aqueles que mais falavam nas reuniões e davam algumas sugestões», enfatiza a fonte.
Sgundo a fonte, os trabalhadores já fizeram todas as diligencias junto das entidades do Estado, como a IGAE, o GPL,no MAPTSS, «e nos apercebemos que existe um parecer da ministra Teresa Dias a dizer que estes despedimentos não têm qualquer respaldo jurídico, e não se deveria fazer os despedimentos da forma como estão a ser efectuados. Mas a directora Zenilda Mandinga é teimosa e tem outros interesses em jogo, por isso é que ela persiste nos despedimentos, demonstrando que tem o ‘rei na barriga’ e ninguém a consegue parar, continua a fazer das suas e demonstra que a empresa é sua propriedade», desabafa.
Entretanto, acrescenta a fonte, o que a está a inquietar nesta altura é o facto de os homens do IGAE, estarem a trabalhar há duas semanas na empresa «e estão por um período de vinte dias, mas até agora ainda não vimos nada. Estamos com receio porque quem tem dinheiro em Angola tem poder. Nunca se sabe se estão a ser aliciados. Na sexta-feira (05), colaram mais uma lista de cinco pessoas que foram despedidas e vão para o mercado do desemprego, estamos inquietos», lamenta.
O IGAE, destacou, «na primeira semana que entrou na empresa, logo apanhou um camião de marca volkswagem, de cor branca, com a chapa de matricula número LD-49-19-DS, mas em vez de o levarem para a base e as pessoas verem a prova do crime, até hoje nunca vimos o camião. Correm rumores que o camião foi novamente desviado quando se dirigia à base e de repente apareceu um jipe com os vidros fumados, e a matricula ignora-se, que o mandou parar, tiraram o motorista da empresa, de nome Rogério, que recebeu uma ligação do chefe de departamento do património, Alberto Marcos, para que entregasse o camião a uns desconhecidos e assim o camião continua em parte incerta», descreveu a fonte.