Início Sociedade EPAL e ENDE – A eterna “lavra” dos dirigentes do país

EPAL e ENDE – A eterna “lavra” dos dirigentes do país

por Redação

A Empresa Provincial de Água de Luanda (EPAL) e a Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE), ambas subordinadas ao Ministério da Energia e Águas, têm sido acusadas ao longo dos tempos de serem as que mais dinheiro do Estado consomem para melhorar o que nada melhoram, assim como, no âmbito das suas diversas administrações, serem altamente prejudiciais economicamente

Santos Pereira

A EPAL e a ENDE (desde os tempos que se chamava EDEL), têm sido das empresas estatais mais criticadas e acusadas de prestação de mau trabalho público ao longo de muitos anos.
Igualmente, tais empresas, que deveriam ser rentáveis para o erário público, acabam por ser as que mais desgastam o mesmo.
Desde sempre se denunciou o mau trabalho prestado por ambas, mas tudo continuou na mesma, apesar da mudança de chefias em ambas. No tempo da guerra havia desculpas constantes para o mau trabalho que faziam e, volta e meia, ou os postes de alta tensão eram rebentados pelo adversário em guerra, a UNITA, os as condutas de água sofriam também vandalização.
Assim, vivia-se de cortes constantes e racionamentos no fornecimento tanto da água como da energia eléctrica. Depois que a guerra terminou, tais razôes para justificar o desleixo, o deixa-andar, a incompetência e as “engenharias” para saquear o dinheiro dos cidadãos e do Estado, deixaram de existir, mas não acabaram. Apenas mudaram de estratégia.
Atualmente, apesar de tantas promessas, de tanto investimento e modernização dos sitemas de produção e fornacimento, quer da energia como da água potável no país, com destaque para Luanda, a situação do antigamente continua a “marcar passo” no mesmo lugar e melhorias verdadeiramente, que justifiquem o que se está a fazer e tem sido prometido, continuam a ser utopias, cantigas para “boi dormir”.
Os cidadãos continuam a ter cortes constantes nos fornacimentos dos dois produtos: a água chega às casas, imprópria para consumo; a luz elétrica, às vezes não arranca uma arca doméstica; os esquemas dos trabalhadores da ENDE não poupam os pacatos cidadãos, veja-se a notícia sobre o bairro Luquembo, no município de Belas;bairros há que esses produtos nem lá chegam; as principais ruas da capital w aquelas que ligam os diversos municípios e distritos, embora tenham os postes enfileirados, continuam às escuras com todas as consequências terríveis que tem acarretado na circulação noturna de transeuntes e automobilistas; continua-se, por isso, a viver uma agressiva falta de iluminação pública, mas a ENDE e a EPAL facturam a bom facturar.
Aqui é que a “porca torce o rabo”. Nos últimos dias, fontes das duas empresas têm vindo a público denunciar que cada uma delas possui várias dezenas (de 60 a 70) de contas bancárias espalhadas por diversos bancos. É lícito que assim seja?
O que anadam a fazer as instituições financeiras do Estado que devem cotrolar a situação económico-financeira de tais empresas, entre muitas outras? Afinal, são empresas de utilidade pública e geradoras de finanças para o Estado, ou são a “lavra” privada de alguns governantes que, ao longo dos tempos, sempre enriqueceram em detrimento do desenvolvimento do país e bem-estar das suas populações?
Assim sendo, e ainda no âmbito do combate à corrupção, enriquecimento ilícito, impunidade e amiguismo, apela-se às instituições de direito, à SIC e à PGR para que investiguem e ponham côbro a tais manobras, que continuam a lesar o país e a jogar a população no mais profundo abismo da indigência.

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