A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA), bastante badalada por ser um meio de enriquecimento ilícito de muitos “marimbondos” e seus comparsas internacionais, em detrimento do Estado angolano, continua num “braço-de-ferro” com cerca de cinco mil trabalhadores despedidos em 2009.
Mwanza Mukondolo
Os referidos ex- trabalhadores encontram-se praticamente acampados em à sede da empresa, no Lucapa, assim como na mina do Nzaji, e afirmam que não arredarão pé, até seja regularizada a sua situação.
Porém, a Endiama justifica-se alegando que já efectuou o pagamento de tudo que devia e que cabe ao tribunal decidir qualquer pendência.
Um dos representantes dos reivindicadores disse que, “a cada dia que passa a Endiama inventa manobras; por isso nós começamos uma série de concentrações no Lucapa e no Nzaji, para fazer entender a quem de direito que ela não quer pagar o que nos deve, usando o termo `quitação´ como subterfúgio para não pagar e não vamos arredar o pé daqui”, garantiu.
Por seu lado, a empresa denuncia em comunicado “actos de antigos trabalhadores que tentam várias acções nas suas delegações na Lunda Norte e na clínica Sagrada Esperança no Lucapa”, sem no entanto especificar tais actos.
Os trabalhadores refutam a posição da empresa e dizem que “é tudo mentira” e que eles não vão abandonar a reivindicação nem deixar o local em que se encontram concentrados, “até que eles paguem o que devem, vamos lutar até ao fim”.
Nesse sentido, apelam ao Presidente da República para intervir porque “há muitas famílias em desgraça, sem emprego, a morrer de fome” e, fazendo recurso ao slogan da campanha eleitoral de João Lourenço, afirmam que “há necessidade de corrigir o que foi mal feito”.
Os trabalhadores reclamam salários não pagos por antigas entidades empregadoras ligdas à Endiama e pedem que a empresa pública assuma esse compromisso, o que ela nega por considerar que os trabalhadores assinaram um acordo extrajudicial que pôs fim ao diferendo.
A sociedade defende que, por este e muitos outros motivos, no âmbito do combate à corrupção, peculato, branqueamento de capitais, entre outros, a Endiama tem que ser alvo de uma auditoria judicial imediata.
À semelhança da Sonangol, a Endiama, nomeadamente, as suas anteriores direcções, têm que estar na alçada da Procuradoria Geral da República.