A Polícia Nacional vai investigar uma denúncia de funcionários da empresa chinesa Citic Construções, sobre m alegado “confinamento forçado e maus tratos”, há dois anos, em estaleiros da construtora nos arredores da centralidade do Kilamba
Segundo notícia transmitida pela Rádio Ecclésia, quarta-feira (03), citando um dos responsáveis dos trabalhadores angolanos, os operários da construtora chinesa, instalada no município de Belas, em Luanda, estão também “proibidos de ter contacto com o exterior, inclusive com os familiares, sob pena de serem demitidos”.
Familiares dos trabalhadores são “obrigados” a deslocaram-se à empresa para terem acesso aos salários em consequência da limitação dos parentes que ali trabalham.
Travar a propagação da Covid-19 no interior dos estaleiros da construtora, que edificou as cidades do Sequele e do Kilamba, zonas norte e sul de Luanda, é a razão do “confinamento forçado”, desde Dezembro de 2019, como referiu a fonte da emissora, “lamentando” a situação.
Por falta de novas empreitadas, os funcionários estão a prestar serviços de pastorícia, agricultura, limpeza e reparação de viaturas e denunciam igualmente baixos salários e péssimas condições laborais e de alimentação.
Os funcionários pedem também “intervenção urgente” das autoridades.
Entretanto, a Lusa contactou o Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, que prometeu investigar o caso.
Recorde-se contudo, que casos semelhantes ligados à empresas, principalmente construtoras, chinesas, em Luanda, não são novos. Em tempos, foi manchete, casos de alegados actos de “escravatura” a que eram submetidos cidadãos angolanos recrutados em províncias do interior do país para trabalharem em obras em Luanda.
Sem parentes e sem conhecerem nada da capital, tais trabalhadores que vinham aliciados por promessas de bons salários e melhoria das suas condições de vida, eram isolados no interior de estaleiros onde viviam em condições sub-humanas, sem regras, sem horas de trabalho, sem pausas de fim-de-semana e até sem condições de higiene pessoal. Muitos contraíam doenças, não tinham direito a tratamento adequado, acabavam por falecer e eram sepultados nos terrenos baldios ao redor das obras! (Com agências)