Início Sociedade Crianças não transmitem Covid-19 – Escolas podem reabrir mas com a devida segurança

Crianças não transmitem Covid-19 – Escolas podem reabrir mas com a devida segurança

por Redação

A Covid-19 continua a produzir novidades contraditórias e curiosas. Contudo, algumas devem ser bem analisadas para não ser-se induzidos em erro. Nada de se fazer as coisas apenas pela apetência do lucro sem que os prós e contras sejam devidamente estudados.

Márcia Elizabeth*

Segundo um artigo publicado pela revista científica oficial “Pediatrics”, comprovada por pares da Academia Americana de Pediatria, EUA, informa que crianças raramente transmitem Covid-19. Se as escolas seguirem as orientações de segurança e observarem a taxa de alastramento da doença nas suas regiões, podem recomeçar as aulas.
Os médicos redatores do artigo são os especialistas em doenças infecciosas pediátricas Benjamin Lee e William V. Raszka Jr., que trabalham na Universidade Larner e na Universidade de Vermont (ambas nos EUA), respectivamente. O Dr. Raszka é um dos editores da revista Pediatrics.
Os médicos baseiam as suas conclusões em um estudo recente, publicado na mesma edição da revista científica, e outros quatro estudos novos que investigam como o Covid-19 se transmite nas crianças.
Em um estudo foram acompanhados os lares de 39 crianças na Suíça, que estavam contaminadas com Covid-19. O rastreamento detalhado mostrou que, em apenas três casos (8%), a criança era suspeita de ser o primeiro caso na família.
Um novo estudo chinês de rastreamento de transmissão mostrou que, das 68 crianças com o coronavírus internadas em um mesmo hospital, 96% contraiu em casa de adultos que já estavam infectados. Outro estudo em crianças na China mostrou que 90% das crianças, internadas em diversos hospitais, contraíram coronavírus de um adulto e foi confirmada apenas uma transmissão possível de uma criança para a outra.
Outro estudo na França mostrou a exposição de um menino contaminado com Covid-19 a 80 colegas em três escolas diferentes. Ninguém mais ficou doente. No entanto outras doenças respiratórias como a da gripe eram comuns nas escolas.
Um estudo australiano observou que 9 estudantes e 9 colaboradores contaminados de 15 escolas diferentes que expuseram 735 estudantes e 128 funcionários ao novo coronavírus, apenas dois casos foram registrados como resultado e um deles foi transmissão de adulto para criança.
“Os dados são impressionantes”, afirmou Dr. Raszka. “O principal argumento é que as crianças não são os focos da pandemia. Após seis meses, temos uma série de dados acumulados que exibiram que crianças têm chances menores de serem infectadas e parecem ser menos infecciosas; são os adultos gregários, que não seguem os protocolos de segurança, que são os responsáveis pela subida da curva”.
Modelos matemáticos também contribuem para a idéia de que crianças não são transmissores significativos da doença, de acordo com os médicos. Eles mostram que o uso de máscaras faciais e distanciamento físico são muito mais eficazes para conter a propagação de doenças do que fechar escolas. Outros dados acrescentam: escolas reabriram na Europa e no Japão sem aumento de casos.
A reabertura das escolas, se realizada com segurança, é fundamental para que as crianças se desenvolvam de maneira saudável, dizem os médicos. “Ao fazer isso poderíamos minimizar os custos sociais, de desenvolvimento e de saúde adversos, potencialmente profundos, que nossos filhos continuarão a sofrer até que um tratamento ou vacina eficaz possa ser desenvolvida e distribuída, ou na sua falta, até atingirmos a imunidade de grupo”, concluem os autores. *(Com revista Pediatrics)

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