Início Sociedade Aumento de verbas para partidos políticos provoca irritação nos estudantes

Aumento de verbas para partidos políticos provoca irritação nos estudantes

por Redação

A atribuição recente, por parte do Presidente da República, de uma verba de mais de mil milhões de kwanzas aos partidos políticos para suportar a campanha eleitoral, deixou irritados os estudantes filiados ao Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) que fez saír uma nota de indignação, pelo que consideram falta de interesse pelas questões da Educação

O MEA considera que a decisão demonstra que há todo o dinheiro possível par as propagandas dos partidos políticos e nunca há, para a qualidade que se pretende para o sector da Educação.

Joaquim Lutambi, membro da direcção do MEA, acredita que tanto o executivo como o partido que o sustenta, bem como os partidos que almejam o poder, têm pouco interesse pela qualidade da Educação em Angola.

“Porquê que os parlamentares dos partidos na oposição não fazem o mesmo ‘barulho’ em relação às baixas quotas que são atribuídas ao sector da Educação no OGE?”, interrogou.

“Essa luta que fizeram de cartas dirigidas ao Presidente quando o assunto é dinheiro para eles próprios, porque não fazem para a Educação que só tem 6,5 porcento?”, voltou a questionar Joaquim Lutambi para quem “esse 1 bilião de kwanzas seria melhor empregue no sector da Educação, iria suprir várias necessidades como ausência de carteiras nas escolas, introdução de bibliotecas nas escolas”, entre muitas outras necessidades existentes.

A reclamação dos estudantes é legítima, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), Guilherme Silva, para quem “a Educação sempre foi o parente pobre do país, porque eles pensam que tendo uma Educação de qualidade, a democracia seria exercida de outra maneira, teríamos mais indivíduos lúcidos e críticos e de difícil manipulação”.

”Tudo isso é premeditado se não como é que se entende que na nossa região existam países que atribuem nos seus orçamentos para a Educação dois dígitos de percentagem, e nós continuamos nos seis porcento apenas?”, ingerrogou Guilherme Silva, para quem o país precisa “ investir mais na Educação e menos dinheiro para os discursos e questões políticas e partidárias porque as promessas não alimentam ninguém”.

Quem também apoia o protesto dos estudantes é outro sindicato, o dos professores universitários.

O coordenador para a região Luanda – Bengo, Carlinhos Zassala, entende que “os nossos governantes não se importam com o sector da Educação, aliás, as suas atitudes mostram o contrário e a exemplo é só ver que Angola possui inúmeros cursos de formação de licenciados, mas o mais alto mandatário da nação prefere levar a sua filha para ir fazer licenciatura no exterior do país”.

“Isto mostra que não têm qualquer consideração pelas licenciaturas que se fazem em Angola”, disse. “Por isso penso que os estudantes têm toda a razão”, acrescentou. (In VOA)

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