Início Política Trungungo ao mais alto nível “incendeia” clima no MPLA e as “chamas” podem alastrar-se perigosamente

Trungungo ao mais alto nível “incendeia” clima no MPLA e as “chamas” podem alastrar-se perigosamente

por Redação

Nas últimas horas, uma desavença ao mais alto nível tomou proporções de um enorme “incêndio” na sede do MPLA, cujas “labaredas” estão a ser vistas a longa distância, em prejuízo da imagem e credibilidade do Partido no poder em Angola

São muitas as “makas” palacianas que acontecem nos bastidores do partido no poder em Angola, algumas das quais passam despercebidas ou vão sendo manipuladas, enquanto outras há de que, alguns resquícios, têm sido percebidos pela sociedade.

Esse “sinistro”, que pode deixar o MPLA em “maus lençóis” diante da sociedade angolana em geral, considerando que o partido, como é reconhecido mesmo internamente, atendendo ao mau trabalho que tem sido efectuado por alguns “camaradas” (ditos descamaradas), está a atravessar uma fase de notória impopularidade, envolve o actual secretário-geral, Paulo Pombolo, e o secretário do Bureau Político para Assuntos Políticos e Eleitorais do MPLA, Jú Martins.

A desavença, que não é nova, despoletou e tomou proporções muito sérias por causa da suspensão de Juvenis Paulo, quadro sénior do partido e funcionário do Tribunal Constitucional, que foi suspenso das suas funções por 3 meses por, supostamente, ter vazado o draft do acórdão do TC.

Juvenis Paulo foi suspenso por suspeita de ter vazado o projecto de acordão que visa anular pela segunda vez, o XIII congresso da UNITA, que elegeu Adalberto Costa Júnior como líder partidário, em reunião realizada na segunda-feira (21), em Luanda, tendo a presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Jacinto Prazeres Cardoso, decidido suspender o assistente jurídico.

Reconhecido quadro do MPLA, Juvenis Paulo exerceu até Janeiro passado o cargo de director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constitucional. Depois de afastado, passou a exercer tarefas de Assessor Técnico Jurídico do mesmo órgão.

Entretanto, na sequência da produção do acordão que visava analisar a anotação do congresso da UNITA, Juvenis Paulo foi escolhido para assessorar a juíza relatora, Maria de Fátima Pereira da Silva, no referido acordão.

Na prática, é ele o “cérebro” do documento que, depois de concluído, foi apresentado à juíza Fátima Pereira da Silva, resultando em contradição entre ambos por causa de alguns pontos.

Na passada sexta-feira (18), o projecto do acordão, que até então se encontrava apenas em posse dos dois profissionais, vazou para as redes sociais, fazendo com que a presidente do TC, Laurinda Cardoso, convocasse a cúpula do constitucional para uma reunião que teve lugar na segunda-feira (21), a fim de se discutir o fenômeno da fuga de informação.

A referida reunião concluiu que o vazamento do documento só poderia ter partido de Juvenis Paulo, por ser “parte interessada” na exposição do mesmo, uma vez que a relatoria discordava de alguns pontos, propícios para alegados recuos.

Como medida disciplinar, o Tribunal Constitucional determinou a suspensão de Juvenis Paulo das suas funções por um período de três meses.

Ao que se apurou, de acordo com fontes, o conteúdo do documento, visando uma vez mais a anulação do congresso da UNITA, deixou as chefias do Tribunal Constitucional embaraçada, atendendo ao facto de estarem a avolumar-se correntes internas no interior do regime que não concordam com a tese subversiva de derrubar Adalberto Costa Júnior da liderança do “Galo Negro”, por via do poder judicial.

Assim sendo, foram atribuídas a Juvenis Paulo insinuações segundo as quais, a produção do acordão na versão do afastamento de Adalberto Costa Júnior, correspondia a uma vontade de  “segurança” (do MPLA).

Na mesma esteira, o TC notificou a UNITA, na semana passada, dando-lhe 20 dias para apresentar a sua contestação face às acusações que “um grupo de militantes” apresentou para impugnar o congresso de Dezembro de 2021.

 Enquanto isso, ao “zangarem-se as comadres”, soube-se que o “documento vazou” a mando de Paulo Pombolo, secretário geral do MPLA, que traçou o plano de “combate atá à exaustão” contra Adalberto Costa Júnior.

Depois de ter reunido um grupo restrito, Paulo Pombolo entendeu que o vazamento do acórdão seria benéfico, enquanto que o secretário do BP para Assuntos Políticos e Eleitorais do MPLA, Jú Martins, entende que esse “combate” está a sujar a imagem do seu Partido e mostrou-se fortemente descontente pela forma como Paulo Pombolo, secundado pelo malabarista Norberto Garcia, têm levado a cabo o dito “combate”, entre outras acções de manipulação do processo eleitoral, que a opinião pública nacional e internacional, já descreve  como estando em curso em Angola com o fim de fazer das eleições uma “mera formalidade” destinada a garantir a continuação do MPLA no poder.

A actual impopularidade do MPLA é reconhecida no interior do próprio partido, pelo que o recurso a expedientes baixos e subversivos para criar cenários de violência que depois são atribuidos à oposição, bem como promover “manifestações de massas”, é a evidência mais que concreta do seu estado actual e que não se recomenda.

Recorde-se que, para aceitar a nomeação após o último congrsso do MPLA, Jú Martins exigiu que o Presidente João Lourenço cessasse esse ataque contra Adalberto Costa Júnior porque entende que só tem dado mais destaque à UNITA. O Presidente João Lourenço aceitou a condição proposta, o que fez com que os ataques tivessem cessado por algum tempo.

Contudo, após a viagem de Adalberto Costa Júnior a Israel,  João Lourenço, aconselhado pelos indivíduos desonestos e de carácter vil de que se fez rodear, quebrou o compromisso com Jú Martins, e voltou a orientar Pombolo e Norberto Garcia para atacarem a todo custo, reactivando a presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, outro “pau mandado”, a continuar com a farsa, situação que fez com que Jú Martins sentisse falta da seriedade por parte  do  Presidente do MPLA, pelo que, a continuar assim, pretene a sua substituição do cargo que exerce no BP do MPLA.

Destaque-se que, as campanhas sistemáticas contra a oposição, em particular visando a UNITA e o seu líder, Adalberto da Costa Júnior, considerado como um adversário que o MPLA deve ter em conta, tem o envolvimento do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SINSE), do Gabinete de Acção Psicológica e Informação (GAPI) e do Departamento de Acção e Propaganda (DIP) do MPLA.

Estas acções não são do agrado de uma franja importante da direcção do MPLA, de que se destacam elementos da “velha guarda”, eles próprios alvos do contro do SINSE e GAPI por causa das suas posições, por considerarem que a preocupação demonstrada e o exercício que tem sido feito com as campanhas subversivas estão a desgastar cada vez mais a imagem do Partido no poder, dando maior visibilidade e importância à UNITA, assim como está a ter um efeito contrário que só prejudica o próprio Presidente João Lourenço, sobretudo, por causa de aspectos  negativos da referida campanha, em função dos métodos cíclicos que emprega e que não se encaixam nas realidades actuais diante de um quadro social politicamente mais desperto e informado. 

Recorde-se que o GAPI, que funciona na dependência directa da Casa de Segurança da Presidência da República , é dirigido por Norberto Garcia, ex-porta – voz do MPLA, que esteve envolvido no caso “Burla Tailandesa”, mas que acabou por não ser condenado por alegadas “ordens superiores”.

Em busca do contraditório, este Jornal contactou, via telefone, Norberto Garcia que, ante a questão que lhe foi posta respondeu de forma bastante arrogante: “Eu não conheço nenhum Juvenis Paulo e tanto eu como o camarada Pombolo temos mais que fazer…”!

Mas, sobre (des)feitos de Paulo Pombolo, Norberto Garcia, entre outros malabaristas que estão a desvirtuar o “grande” MPLA e a sujar a sua imagem, bem como o descontentamento de Jú Martins, falaremos nas próximas edições! (Com agências)

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