De acordo com a juirista Maria Luísa Abrantes “Milucha”, «os prédios do CIF sempre foram do Estado; por isso não se entende o que lhes estão a tirar (a Dino e a Kopelipa). Estavam apenas a ser construídos pelo CIF (contrato de empreitada) , de que eram sócios Dino e Kopelipa (representados por ‘testas de ferro’ ) e foram muito bem pagos pela sua construção e fiscalização. Os edifícios nem têm escritura, como é que são deles? Por terem a obra a cargo do CIF?»
Santos Pereira
A Procuradoria Geral da República (PGR) apreendeu a 17 de Fevereiro do corrente ano, em Luanda, duas torres, com cerca de 25 andares, propriedades da empresa chinesa, de direito angolano, China International Fund (CIF).
Os edifícios denominados «CIF Luanda One» e «CIF Luanda Two» foram confiscados no âmbito da Lei sobre o Repatriamento Coersivo e Perda Alargada de Bens e da Lei Reguladora das Revistas, Buscas e Apreensões.
Na sequência, mais de mil imóveis no Zango 0 e Kilamba, construídos com fundos públicos e que estavam em posse de entidades particulares, também foram apreendidos.
Os dois edifícios agora apreendidos, construídos com fundos da linha de crédito chinesa, eram considerados sedes dos negócios de figuras próximas ao antigo Presidente, José Eduardo dos Santos.
Os nomes de Leopoldino do Nascimento “Dino” e de Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, foram citados, entre «outras altas patentes que lhes são próximas», como estando entre os suspeitos de serem os «beneficiários últimos» dos imóveis arrestados pela PGR, avaliados em mais de 500 milhões de dólares.
Entretanto, a jurista Maria Luísa Abrantes “Milucha”, diz que tem «sérias dúvidas que os terrenos onde os edifícios foram construídos tenham escritura pública, porque nenhum dos edifícios vendidos pelo Estado tem e por isso , os apartamentos e as casas vendidos à população continuam a ser patrimônio do Estado e o mesmo acontece com a maioria dos condomínios de luxo».
Quanto aos outros activos, tem um passivo superior ao activo, referiu, «porque já puseram no exterior todos os lucros, mas não pagavam aos fornecedores, porque de tão ambiciosos e avarentos serem (estão a estranhar porque vieram da miséria), servindo-se da sua condição, impunham o medo para continuar a ser abastecidos com falsas promessas de pagamento futuro».
Segundo a jurista, «a MÉDIA NOVA estava falida , porque a chupeta do dinheiro da China fechou e o preço do petróleo baixou , pois sempre foi tratada como empresa estatal».
Continuando as suas contundentes revelações questiona: « Cadê o contrato renovado à Trafigura, (que até 2016 recebia 1.2 bilhões de dólares/ano , direito de preferência na aquisição de petróleo, que iam refinar em Singapura, na refinaria construída com o erário dos angolanos, negociatas com a Pumangol , etc., etc. ?»
O Estado tem que trabalhar para o saneamento deste grupo de mafiosos, que não se limita apenas a estes elementos que agora estão a ser acusados. Há muitos outros! Voltaremos!