Início Política Ruth Tenente, nova administradora do Dirico, duplica o nepotismo, o saque do erário público, entre outros

Ruth Tenente, nova administradora do Dirico, duplica o nepotismo, o saque do erário público, entre outros

por Redação

“Ruth Alfredo Tenente é pior que o seu antecessor”, referem fontes contactadas por este Jornal, que avançam mesmo que ela e o seu grupo têm como propósito defraudar o Estado, com o consentimento do inspector provincial que não pode fazer nada

Domingos Kinguari

A recém-nomeada administradora municipal do Dirico, Ruth Alfredo Tenente, nomeou o seu esposo, António Luís Kahilana Eusébio, que é professor no Calai, para o cargo de assessor para a área económica, assim como indicou o seu tio, António Livenga, para responsável do gabinete jurídico, apesar do mesmo ser alvo de  um processo-crime a decorrer trâmites no SIC-Menongue por crime de peculato. Para controlarem bem a trapaça, indicou como seu director de gabinete o sobrinho, Tito Maria e para cúmulo final da pouca vergonha, a sua cozinheira, Helena Massova José, foi também agraciada com um cargo público: agora é a técnica de informática da administração, passando assim a “temperar” computadores de que nem sabe fazer uso.      

A informação foi prestada ao Jornal 24 Horas, por uma fonte ligada ao Governo provincial do Kuando Kubango dizendo que, Ruth Alfredo Tenente, é uma governante decorativa, porque a sua nomeação foi arquitectada por um indivíduo conhecido por Mucanda, que obrigou a actual administradora municipal a exonerar o antigo secretário-geral, identificado apenas por Miraldino, resíduo da administração do deposto administrador Miguel Kassela, para indicar o seu filho, que por sinal é chará do seu pai, Mucanda, para ocupar aquele cargo.

A fonte esclarece que, tais nomeações, bastante esquisitas, tem apenas a intenção de roubarem o dinheiro público e criarem empresas fictícias para defraudarem o Estado, tal como vinha acontecendo na vigência de Miguel Kassela. Ruth Alfredo Tenente não está interessada em representar condignamente a administração local do Estado que tem de exercer a direcção e a coordenação sobre a generalidade dos serviços e contribuir para a unidade nacional. 

Ruth Alfredo Tenente, garante a fonte, deve lealdade ao Mucanda por ser amigo e conselheiro pessoal do governador provincial do Kuando Kubango, José Martins. É tido como o “governador-sombra” e tem “poder” de mandar exonerar e nomear.

Para que a actual administradora ocupasse o cargo, teve que curvar-se a Mucanda. Por esse facto, foi obrigada a nomear o filho do mesmo como secretário-geral daquela instituição pública, ou seja, “por troca de favores”.

“Ruth Alfredo Tenente é pior que o seu antecessor”, referem fontes contactadas por este Jornal, que avançam mesmo que ela e o seu grupo têm como propósito defraudar o Estado, com o consentimento do inspector provincial que não pode fazer nada.

A nova administradora municipal já nomeou o seu esposo, António Luís Kahilana Eusébio, que é professor no município do Calai, como seu assessor, incluindo um idoso de 80 anos, António Livenga, que por sinal é seu tio, irmão de sua mãe, que já não está em condições de trabalhar e tem dificuldades de articular as palavras.

Para além desta prática porca e descarada de nepotismo efectuada por Ruth Alfredo Tenente, a mesma ainda nomeou o seu sobrinho, Tito Maria, como director do seu gabinete, uma pouca vergonha de tamanho incomensurável, tudo em prol do saque do erário público.

Este jornal apurou que o idoso António Livenga, se não articula bem as palavras manipula bem  o dinheiro e é tido como um “mestre da pilhagem”, visado em processos-crime que estão no SIC – Menongue, embora congelados, mas não arquivado, porque existe alguém que o tem protegido. O mesmo tem processos por peculato no tempo do antigo administrador do Cuangar, Francisco Manjolo, quando saquearam dinheiro público e construíram residências na República da Namíbia, concretamente no Rundu.

Apurou-se ainda que o Orçamento Geral do Estado para o município do Dirico está orçado em 2.234.533.887.00  (dois bilhões, duzentos e trinta e quatro milhões, quinhentos e trinta e três mil oitocentos e oitenta e sete Kwanzas), distribuído para actividades básicas, 779.533.986.00 Kz; despesas de apoio ao desenvolvimento, 305.245.892.00 e para o projecto de investimento público 1.149.755.009.00 Kwanzas.

Os munícipes do Dirico solicitam ao Tribunal de Contas, ao IGAE, à Procuradoria-Geral da República e ao SIC- Menongue para estarem atentos à forma como serão gastos estes valores, visto que existe uma grande apetência por parte da administradora municipal e do secretário-geral em desviarem a maior parte do “bolo” para interesses individuais e deixar que aquela circunscrição continue numa autêntica pobreza, como tem estado ao longo de muitos anos.

Cozinheira nomeada como técnica de informática

Em pleno “dia das mentiras” (01 de Abril), a administradora municipal do Dirico, Ruth Alfredo Tenente, emitiu despachos de exonerações e nomeações como se descreve: Elizabeth Muyenga, foi indicada para ocupar o cargo de directora da Acção Social; Bartolomeu Nicolau Mutango Dala, para o cargo de director das infraestruturas, transporte, equipamentos urbanos, ambiente e saneamento; António Livenga, o referido idoso e por sinal tio da administradora, vai desempenhar a função de assessor para área jurídica do gabinete da administradora Ruth.

O despacho de nomeação refere que, António Luís Kahilana Eusébio é assessor para a área económica do gabinete da administradora, e por sinal é seu marido; Tito Maria, nomeado como director de gabinete da administradora, é sobrinho; Anílcia Inácia Handa, foi indicada para secretária do gabinete da administradora municipal; Reino Kavimba Tchimbi, nomeada como técnica de informática do gabinete; Joana Nduva Cativa, nomeada técnica de informática; Helena Massova José, também indicada para exercer as funções de técnica de informática. Esta última, por sinal sua cozinheira e sem qualquer classificação, é uma desconhecida das novas tecnologias e não sabe usar um computador. A única coisa que faz é postagens e o seu trabalho é feito por outros técnicos que já encontrou.

Ao todo foram vinte e oito nomeações e os nomeados, na sua maioria, são familiares de Ruth Alfredo Tenente e nunca tiveram contacto com o município.

Ruth Tenente arrasta incompetentes para Dirico 

A administradora Ruth Alfredo Tenente levou consigo um grupo de seus familiares que não têm qualificações exigidas para a função pública. Também não está alinhada com as orientações do actual presidente do MPLA, João Lourenço, no que tange ao combate à corrupção, nepotismo, peculato, tribalismo, impunidade e não entende os conceitos universais da meritocracia.

Eis os nomes dos familiares da administradora que foram nomeados recentemente e que não são quadros públicos. Tito Maria, Anílcia Handa, Reino Tchimbi, Joana Cativa, Nicolau Daniel, Teresa Marques, Helena José, além de que nunca viveram no Dirico, em detrimento de elementos que conhecem a fundo os problemas e dilemas que se vive naquela localidade.

Para cúmulo da pouca vergonha, o sobrinho do governador provincial do Kuando Kubango, com formação média de professor e nem conhece nada sobre matéria de Direito, por nepotismo e cabritismo, está no gabinete jurídico. Margarida Luvango Alberto, sem formação em recursos humanos ou gestão, foi preferida a um técnico superior e que estudou na República Federativa do Brasil.     

Sem ter concluído o ensino médio e nunca ter dado uma aula em condições da 6ª classe, Letícia Kafunda é a actual inspectora escolar do Dirico, com frequência da 10ª classe. Com tantos e bons arquitectos, Ruth Alfredo Tenente foi nomear alguém sem formação média ou superior em engenharia civil; o favoritismo recaiu para alguém que não conhece o que é um prumo ou mesmo uma fossa seca, Bartolomeu Dala, que foi indicado para ocupar o cargo de chefe do urbanismo e saneamento.

A actual segunda secretária do MPLA no Dirico, Elizabeth Muyenga, que também foi nomeada para ocupar a pasta de directora da Acção Social, é esposa do administrador comunal da Xamavera que pediu ao “governador-sombra”, o já referido Mucanda, para a manterem nos quadros municipais, visto que foi a única sobrevivente do antigo elenco de Miguel Kassela no Dirico.  

Administração fecha-se em copas

O Jornal 24 Horas, desde o dia 5 de Abril que está a ligar para a administradora municipal do Dirico, Ruth Alfredo Tenente, mas não tem tido êxito nas comunicações; foram enviadas várias mensagens sem qualquer resposta.

Foram igualmente contactados, via telefone, os técnicos do CDI do Dirico, tendo estes  informado que não podem responder às nossas questões, nem tão pouco o jornal pode falar com a administradora sem autorização do governador provincial do Kuando Kubango, José Martins. Mais dados desta novela na próxima semana. 

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