MPLA suspende candidatura de Júlio Bessa por causa do maior embuste de todos os tempos que visou subtrair mais de 700 milhões de dólares aos cofres do Estado
O actual governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, foi surpreendido pela suspensão, por decisão do secretariado do Bureau Político do MPLA,de todas as movimentações políticas que visavam a sua recondução ao cargo de primeiro secretário do partido naquela província.
De acordo com notícia veiculada pela Voz da América, que cita fonte do partido no poder em Angola, que falou na condição de não ser identificada, a decisão de suspender a candidatura do primeiro secretário provincial resultou de uma recomendação do grupo de acompanhamento do partido àquela província “que entendeu conveniente não reconduzirJúlio Bessa”.
Com base nessa decisão, o ainda primeiro secretário e governador provincial orientou, na quarta-feira(03), os comités municipais que procedam à “suspensão de todas as actividades preparatórias visando a realização da XIII conferência provincial ordinária, nos dias 6 e 7, incluindo a campanha em torno da candidatura ao cargo de primeiro secretário do partido”.
Na circular a que VOA teve acesso, o homem forte do partido no poder no Cuando Cubango não revela os motivos da suspensão, mas pede “melhor compreensão de todos, aguardando deste modo por orientações do Bureau Político tão logo que possível”.
Trata-se da primeira candidatura única a ser suspensa no país no âmbito da preparação do VIII congresso do MPLA, previsto para Dezembro.
Recorde-se, entretanto, que a Procuradoria-geral da República (PGR) no Cuando Cubango, anunciou, em Setembro último, ter aberto um inquérito para apurar a autenticidade de uma dívida avaliada em mais de 700 milhões de dólares a favor de uma empresa até então “desconhecida” na província.
Em causa esteve uma denúncia feita pelo jornalista William Tonet sobre a validação daquele valor pelo Governo provincial do Cuando Cubango sem que a empresa denominada Angoskimas Lda., fizesse prova da sua legalidade.
Um caso que está a ser considerado como um dos maiores embustes de todos os tempos para subtrair ilicitamente altíssimos valores do erário público. (In Voa)