O Sindicato reivindica a actualização da tabela salarial e considera que “não se justifica que um professor esteja a ganhar 69 mil kwanzas e o máximo da tabela são 300 mil kwanzas”
O Sindicato Nacional de Professores e Trabalhadores do Ensino não Universitário (Sinptenu) começou quinta-feira (20) a segunda fase da greve, que decorre até 26 de Janeiro, para reivindicar a actualização dos salários, anunciou fonte sindical.
Segundo o secretário-geral do Sinptenu, Victor Gimbi, a greve surge por “não haver boa vontade” do Ministério da Educação na resolução das suas reivindicações, plasmadas num caderno reivindicativo remetido em Fevereiro de 2021.
“A greve é um facto, porque estamos a reivindicar a actualização da tabela salarial. Não se justifica que um professor, seja qual for o seu nível académico, que resulta na categoria em que se encontre, esteja a ganhar 69 mil kwanzas e o máximo da tabela são 300 mil kwanzas”, afirmou quinta-feira (20) o sindicalista, em declarações à comunicação social.
O Sinptenu propõe, para agentes da Educação, um salário entre 400.000 e 1.000.000 de kwanzas entre o 13.º e o 1.º grau; para o pessoal técnico, salários entre 200.000 e 300.000 kwanzas e para o pessoal não técnico, nomeadamente operários qualificados de segunda, salários de 120.000 kwanzas e para auxiliares de limpeza, salários de 100.000 kwanzas.
A greve foi declarada em Abril passado; a segunda fase foi suspensa em Maio, mas retomada esta quinta-feira “em todos os estabelecimentos públicos e público-privados” e estende-se até à próxima quarta-feira, 26 de Janeiro.
Para Victor Gimbi, a actual remuneração constitui “uma humilhação para os professores”, por isso, assinalou, a negociação da tabela salarial “é o ponto fulcral” do caderno reivindicativo.
“Apesar de existirem outros pontos como a disponibilização de condições de trabalho, higiene e de segurança, sobretudo em período de pandemia, porque 80% das escolas não dispõem de água para lavagem das mãos”, apontou.
Os professores “adquirem por meios próprios o álcool em gel para a desinfestação e não existem condições de segurança e de protecção contra a Covid-19 nesta altura nos estabelecimentos escolares e também reivindicamos isso”, frisou.
O secretário-geral do Sinptenu assinalou também que a greve, que cumpriu quinta-feira o primeiro dia, “é interpolada”, para mostrar que a classe está decidida. A outra fase acontecerá em Abril e neste espaço de tempo o sindicato espera negociar a tabela salarial. (Com agências)