Início Política Processo-crime decorre em segredo de justiça: Armando Manuel vai sentar-se no banco dos réus

Processo-crime decorre em segredo de justiça: Armando Manuel vai sentar-se no banco dos réus

por Redação

O antigo ministro das Finanças, Armando Manuel, acusado de peculato, desvio de fundos, branqueamento de capitais, participação económica em negócios, abuso de poder, entre outros, vai sentar-se no banco dos réus brevemente.

Japer Kanambwa

A Procuradoria-Geral da República (PGR), nos últimos tempos tem sido bastante pressionada, tanto por sectores da sociedade, como da opinião pública em geral, por causa de casos de indivíduos que supostamente lesaram o país roubando o Estado, mas que permanecem “intocáveis” e a desfrutar calmamente o produto dos seus crimes, assim como de processos que, no âmbito do combate à corrupção em curso no país, parece terem ficado sem efeito, mesmo em face de evidências comprovativas, e foram arquivados.
Um desses casos é o de Armando Manuel, antigo ministro das Finanças no governo de José Eduardo dos Santos, recentemente nomeado director Executivo do Grupo Banco Mundial para Angola, Nigéria, África do Sul, que iniciou funções a 1 de Novembro de 2020.
Armando Manuel que tem sido acusado de peculato, desvio de fundos, branqueamento de capitais, abuso de poder , nepotismo, entre outros, em 2019 estava a ser investigado pela PGR, por causa de um processo de inquérito relacionado a crimes de peculato, corrupção, participação económica em negócios e outros, todos puníveis pelos artigos 313 do código penal.
Entretanto, de lá para cá, depois de algumas notícias que circularam sobre a investigação que estava a ser efectuada, o assunto caiu no silêncio e a opinião pública questiona a razão para que o mesmo tenha sido engavetado.
Com a sua nomeação para o Grupo Banco Mundial, os pendentes de Armando Manuel voltaram à ribalta e, em meios da sociedade, que não concordam com a impunidade a que foi votado, considera-se que tem de haver responsabilização pelos crimes cometidos.
A opinião pública exige da PGR que a justiça seja feita, pois foram cometidos actos ilícitos e não podem ficar sem que sejam responsabilizados, pois o factor temporal nestes casos conta muito e a PGR já deveria ter-se pronunciado acerca do processo de Armando Manuel.
A este propósito, uma fonte da PGR garantiu que «o processo não foi arquivado» e «decorre em segredo de justiça», estando a correr em instrução preparatória «um processo-crime contra o ex-ministro das Finanças, entre outros envolvidos», pelo que «Armando Manuel será constituido arguido tão logo o processo esteja concluido», revelou.
Assim sendo, depois da quadra festiva e os órgãos de justiça retomem a actividade, Armando Manuel vai sentar-se no banco dos réus. Voltaremos!

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