O presidente do Sindicatos dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, considerou esta terça-feira (20) à Lusa que houve uma «tentativa de silenciamento» de dois produtores de conteúdos, a Record e a Vida TV, limitando a diversidade informativa no país.
Na segunda-feira (19), o Governo angolano anunciou que vai suspender, a partir de quarta-feira (21), a actividade da Rede Record, bem como jornais, revistas, ‘sites’ e rádios sem actividade efectiva nos últimos dois anos, após detetar «inconformidades legais».
«Esta decisão acaba com a pouca diversidade de informação que temos», disse Teixeira Cândido, comentando a decisão do Governo de suspender, a partir de quarta-feira, a actividade da Rede Record, bem como jornais, revistas, ‘sites’ e rádios sem actividade efectiva nos últimos dois anos, após detetar «inconformidades legais», segundo um comunicado do ministério da tutela, no qual se aponta também o ZAP Vida e Vida TV.
Para o presidente do sindicato dos jornalistas, o Governo «não tem competências para fazer esta suspensão».
«A nossa legislação não impõe a estes produtores de conteúdos as exigências que impõe a operadores de comunicação social, não são operadores de televisão e não têm a obrigação de constituir-se como empresa jornalística», referiu.
Questionado sobre a linha editorial seguida por estas publicações, respondeu que «estes dois produtores de conteúdos fazem aquilo que faz qualquer jornal em qualquer parte do mundo, todas as vozes podem exprimir as suas opiniões, são equilibrados e dão espaço a todos».
«Quem não pode falar para os meios de comunicação públicos, pode falar para estes dois produtores de conteúdos, que têm feito tudo o que é recomendável do ponto de vista do jornalismo», disse, lamentando a decisão do executivo.
«Não vemos nenhum fundamento que não seja a possibilidade de silenciar estes órgãos, não é uma questão administrativa nem burocrática, é óbvio que pode representar um silenciamento, não faz sentido lembrarem-se agora que não estão legais, a Record está cá desde 2005 e o Ministério nunca disse nada», lembrou. *(Com Lusa)