A notícia fez sensação no seio da opinião pública. Os processos que eram usados com José Eduardo dos Santos para aprovar projectos, compras de bens e imóveis e saídas de dinheiro, também estão a ser usado com João Lourenço
Por: Santos Pereira
O insólito aconteceu quando, a coberto da pandemia de Covid-19, foi apresentado ao Presidente da República, alegadamente como uma boa oportunidade para aumentar a disponibilidade de infra-estruturas necessárias para a contenção de Covid-19 com poupança de recursos e de tempo, a aquisição, pelo Estado, de um conjunto de 200 moradias inacabadas, na comuna do Calumbo, município de Viana, no valor de 25 milhões de dólares, equivalentes em Kwanzas, mas foi omitido as reais condições das casas e quem era o proprietário.
Segundo notícias que circulam, o processo foi coordenado junto de João Lourenço pelo ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida. Entretanto, de imediato se soube que o general Pedro Sebastião, ministro de Estado, Chefe da Casa de Segurança da Presidência da República e chefe da Comissão Multisectorial de Combate ao Corona vírus é um dos proprietários do empreendimento que está parado há cerca de dez anos.
Pelo tempo parado, as casas que nunca chegaram a ser acabadas estão em avançado estado de degradação, paredes totalmente rachadas e o recinto cheio de mato. Para uma compra que deveria minimizar os custos do Governo e agilizar a contenção da contaminação da Covid-19, estava-se diante de uma grande burla.
Além dos 25 milhões de dólares que o Estado deveria pagar pelo dito condomínio, ainta teria que investir na sua recuperação, que não ficaria nada barato.
Soube-se de seguida, que o proprietário do empreendimento denominado “Pérola Verde”) é o general Afonso Lopes Teixeira Garcia “Led” que foi vice-chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA) para a Logística e Infra-estruturas, e esteve envolvido no caso da “Burla Tailandesa”, tendo sido acusado pelo Ministério Público em 2017 por alegada tentativa de burla ao Estado, com outras figuras.
Porém, não se ventilou o desfecho que o caso teve, pelo que se aventa que João Lourenço esteja a proteger os seus homens.