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Piores individualidades de 2021

por Redação

Ricardo de Abreu – Ministro dos Transportes

O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, que tem sido apontado de se aproveitar dos cargos por onde passa para enganar e roubar o Estado, no ano de 2021 surpreendeu pela negativa por tantas acusações que foram feitas contra si.

O homem já provou que é exímio em “técnicas” para enganar o Chefe de Estado, “passando-lhe a perna”, adornando projectos e/ou propostas para que não se aperc eba do real fim dos mesmos.

Nos últimos dias Ricardo de Abreu foi notícia por suposta tentativa de sobrefacturação na compra de dois edifícios para o Ministério dos Transportes, em Luanda, no valor de 114 milhões de dólares (96 milhões de euros), autorizada mediante despacho presidencial 159/21, para instalar serviços públicos do Ministério dos Transportes e da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola.  

Enquanto o Presidente da República ainda aguardava esclarecimentos sobre o assunto, já o ministro dos Transportes  envolveu-se em outra polémica, desta feita, segundo uma denúncia de trabalhadores da TAAG que acusam Eduardo Fairen Soria, agora nomeado administrador Executivo e presidente da Comissão Executiva (PCE), que é cunhado de Ricardo de Abreu, de ter desviado cerca de um milhão e meio de dólares da empresa.

Segundo a denúncia, em carta redigida pelos referidos trabalhadores  da TAAG, endereçada ao Presidente da República, na sequência da nomeação dos membros do novo Conselho de Administração, acusou-se que o novo presidente da Comissão Executiva, Eduardo Fairen Soria, é marido de uma prima do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, e consta dos registos da empresa que retirou dos seus cofres, “sem trabalho nenhum, mais de 1 milhão e meio de dólares” por gastos com “falsos trabalhos de consultoria que nunca fez através da empresa Blackbird”.

Ricardo de Abreu, continuou a ser mencionado por motivos de falta de transparência e de alegada apropriação de avultadas somas do erário público, através de sobrefacturação aos preços reais de aquisições efectuadas pelo Governo angolano.

Assim, revelou-se mais um caso que tem a ver com 136,6 milhões de dólares disponibilizados para aquisição de autocarros, dos quais foram gastos apenas 112 milhões num contrato celebrado com a Asperbras Lda, uma empresa acusada de corrupta.

Uma adenda no valor de 136,6 milhões de dólares e diz respeito ao contrato de fornecimento de 1.500 autocarros, foi aprovada pelo Presidente da República, através de um despacho.

Tendo sido disponibilizados 136, 6 milhões de dólares para a referida compra e apenas foram gastos 112 milhões de dólares, há uma diferença de 24,6 milhões de dólares, que terão ido para o “bolso” do ministro.

Não é a primeira vez que Ricardo de Abreu tenta “engolir dinheiro do Estado”, como quando tentou enganar o Chefe de Estado no caso das cartas e escolas de condução, exigindo que se passasse as competências da emissão da Carta de Condução de um departamento ministerial para outro, ou seja, para o Ministério dos Transportes, que passaria também a regularizar, licenciar, fiscalizar e inspeccionar a actividade das  escolas de condução automóvel do país. Alertado a tempo, o Presidente João Lourenço recuou na decisão que já havia tomado.

O Ministério dos Transportes, ao longo dos tempos, tem sido um dos departamentos governamentais em que reina a maior “pirataria” que assalta os cofres do Estado e suga as riquezas nacionais. Ricardo de Abreu, em vez de mudar o cenário, apenas deu continuidade ao caos reinante. Desde que está no cargo não há nada de novo a não ser queixas e acusações, entre projectos duvidosos como o do “metrô de susperfície de Luanda”, recorrendo ao velho argumento de que pretende melhorar a situação da mobilidade urbana na capital e a qualidade de vida dos cidadãos, bem como “oferecer uma alternativa de transporte com menor impacto ambiental”.

Este “refrão” foi batido e rebatido pelo anterior ministr do regime, para ludibriar a opinião pública e a sociedade em geral, proporcionando formas de organizar esquemas que sempre lesaram o Estado angolano em centenas de milhões de dólares consecutivamente como foi o caso dos catamarãs.

Para tal, o Estado pagou 79 milhões de dólares, por quatro embarcações que, segundo especialistas ligados ao sector, o preço real não execederia 10 milhões de dólares. Houve um esquema de sobrefacturação bastante alto, de 69 milhões de dólares, que foram parar a mãos indevidas, com agravante de as embarcações que chegaram ao país, por partes, serem de ocasião, que dizer, usadas. Em poucos dias avariam e estão a apodrecer.

O actual ministro também enveredou pelo mesmo caminho e, nos últimos dias, muito se tem questionado sobre o destino que deu aos 150 milhões de dólares pagos pela multinacional Dubai Ports World (DP World) pela assinatura do contrato para a gerência do Terminal Multiusos do Porto de Luanda. E isto ainda não é tudo.

É caso para se dizer: “O rapaz não ouve deixa”, mas parece que a sua “música” agrada quem já o deveria ter exonerado e entregue aos órgãos de justiça!

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