Entre vários angolanos identificados como “problemáticos”, por corrupção, enriquecimento ilícito, branqueamento de capitais e outros, com contas no problemático banco Credit Suisse, está António Gomes Furtado, PCA da BODIVA
O actual PCA da Bolsa de Valores de Angola (BODIVA), António Gomes Furtado, consta de uma longa lista de várias figuras mundiais, muitas delas de renome, ligadas a crimes de corrupção, branqueamento e outras ilegalidades.
A revelação foi feita pela organização OCCRP (Projecto de Reportagens sobre Corrupção e Crime Organizado), um consórcio de quase 50 meios de comunicação social, que teve recentemente acesso a milhares de dados que ligam o banco suíço Credit Suisse à lavagem de bilhões de dólares, mantendo contas de criminosos, ditadores, funcionários de inteligência, partidos e actores políticos com riqueza incomum.
De acordo com notícia publicada pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que faz parte do consórcio, os ficheiros permitiram encontrar perto de 100 mil milhões de dólares obtidos de forma duvidosa, a maior parte de forma ilícita.
António Gomes Furtado é citado como cliente do Credit Suisse e teve duas contas no banco entre 1998 e 2013, uma delas com quase 5 milhões de euros, quando ainda era funcionário do Banco Nacional de Angola (BNA).
Recorde-se que António Gomes Furtado, ainda na vigência da liderança do Presidente José Eduardo dos Santos, apesar de ter exercido vários cargos como governador do BNA, presidente do conselho de auditoria do BNA e assessor do primeiro-ministro para os Assuntos Económicos, igualmente foi apontado de envolvimento em esquemas ilícitos, corrupção e desvio de fundos, com ligação ao grupo GEMA (Sociedade de Gestão e Participações Financeiras), que foi considerado como um dos grandes grupos económicos angolanos, mas que na realidade era apenas um meio de pilhagem económica do país, no ano de 1994, que tinha entre os seus associados várias pessoas politicamente expostas.
O PCA da BODIVA foi também acusado pelo jornal espanhor “Ok Diario” de ter recebido suborno da “Mercasa”, empresa espanhola acusada de ter pago cerca de 20 milhões de dólares em subornos a diversas entidades angolanas para garantir um contrato de 533 milhões de dólares para a construção de um mercado de abastecimento em Luanda.
Muitos embusteiros que destroçaram a economia nacional e desgraçaram o país deixando-o na miséria, mesmo depois de protegidos actualmente e continuando nos círculos das elites do poder, continuam a ver os seus crimes revelados, apesar dos “truques” usados para os “camuflar”.
Tal é o caso de António Gomes Furtado, presidente da BODIVA, sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, constituída pelo Decreto Presidencial 97/14, de 7 de Maio, cuja missão assenta, entre outros, na promoção do desenvolvimento do Mercado Regulamentado de Valores Mobiliários e Derivados e, desse modo, contribuir decisivamente para o financiamento sustentado da economia de Angola. JK