Segundo correntes internas do MPLA, desde que foi eleito secretário-geral do partido no VII Congresso Extraordinário, Paulo Pombolo nunca foi benquisto por grande parte da direcção do partido
O secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, desde os tempos na JMPLA, onde chegou a 1º secretário nacional, e do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), sempre foi apontado como um indivíduo sem carácter, bajulador nato, que até “lambia as botas” dos seus superiores para atingir os seus objectivos. “Nunca foi um indivíduo coerente, convicto, apenas uma marioneta”, afirmam as fontes.
Depois chegou à governador da província do Uíge, de onde é natural, e a sua gestão foi a pior que as terras do “Bago Vermelho” já teve. Pombolo, durante a sua governação foi bastante contestado pelos seus próprios conterrâneos.
Como governador provincial e 1º secretário provincial do MPLA, usou e abusou do poder, menosprezou as populações e fez da mentira, a arrogância e a anarquia, as suas armas de governação. A corrupção e o nepotismo espalharam-se pelas instituições e apoderou-se dos valores do erário público como se de sua propriedade se tratasse.
Os diversos projectos concebidos pela administração de Paulo Pombolo apenas serviram para usurpação dos respectivos financiamentos, pois a sua maioria nunca começaram e as outras nunca concluiram, que o digam a badalada e inacabada “Casa da Juventude” e diversas infrastruturas de âmbito social que deixou à deriva.
Analistas do cenário político nacional consideravam na altura que “a sua governação foi desastrosa. Não houve avanços no Uíge e a província até retrocedeu…”. Outros avaliam que Pombolo saiu do Uíge manchado, a pontos de ter sido acusado pelos cidadãos locais de desviar os cerca de 30 autocarros para transporte urbano e interprovincial, escondendo alguns numa fazenda de sua propriedade, para posteriormente serem utilizados em empresas pareticulares em seu proveito, enquanto os restantes foram desviados para a RD Congo. Mas como se pode constatar, a “culpa morreu solteira” e o indivíduo ainda chegou à secretário-geral do MPLA.
Paulo Pombolo, na província do Uíge, é acusado de ter cometido vários crimes enquanto governador. Os cidadãos locais, muitos deles lesados pelos desmandos do ex-governador, sempre tiveram a esperança que, com o combate à corrupção, nepotismo e impunidade, levantado pelo Presidente João Lourenço, Paulo Pombolo fosse levado pela PGR às barras do tribunal. Agora, pelo andar da carruagem, apenas lhes resta lamentar pelos seus prejuízos.
Paulo Pombolo ascendeu ao cargo de secretário-geral dos camaradas, em substituição de Álvaro de Boavida Neto, que proferiu algumas críticas que não caíram bem tanto no seio do partido como do seu próprio Presidente.
“O anterior secretário-geral do MPLA teve um posicionamento que está à margem dos ditames do partido que é um partido ortodoxo, conservador e não está preparado para criticas dos seus próprios militantes”, dizem os analistas, mas também permite que os seus dirigentes façam e desfaçam pelo país, a seu belo-prazer e nada lhes acontece, antes pelo contrário, ainda protegidos e até ascendem aos mais altos cargos.