“Terá sido mesmo dele a autoria do direito de resposta?” – Assim me perguntava, vezes sem conta, por ter, tal como muita gente, constatado “erros da quarta”, querendo dizer erros básicos no texto de Carlos Feijó.
Littera de Alexandria
Se já havia dúvidas sobre a qualidade e rigor da sua formação académica, talvez tenham aumentado a seguir ao texto por si escrito, pois, em se tratando de professor catedrático (e eu conheço a dimensão deste termo desde a etimologia e evolução histórico-conceptual), deve(ria) estar, sim, para lá do senso comum.
Não consigo acreditar, embora bué de esforço eu faça, que o senhor Carlos Feijó, ex-chefe da Casa Civil do governo de José Eduardo dos Santos, tenha dito que, devido à pressa, cometeu erros crassos de sintaxe no seu texto de direito de resposta a uma publicação do jornalista Carlos Alberto .
Sem receio de errar nem de ser considerado um exagero, confesso, para início de conserva, que essa é uma das justificações mais absurdas que já vi em toda a minha (curta) vida.
Qualquer estudante sério do 1.° ano encontrará erro gritante no direito de resposta, da autoria de Carlos Feijó, algo que é lastimável e até certo ponto incompreensível, amigos.
Não consigo perceber, embora bué de esforço eu faça, por que razão o senhor em questão não contratou profissionais ligados à língua para rever o seu direito de resposta antes de o publicar. Não percebo. Não. Digo, não, na medida em que Carlos Feijó goza de boa saúde financeira para contratar um revisor qualificado. Não se justifica, portanto, ele publicar um direito de resposta repleto de erros crassos de sintaxe para, conforme só os chulos sabem fazer, alegar que se deveu à pressa ou algo parecido.
“Escrivi lhe a correr e sem o rigor que a língua portuguesa exigiria. Pior ainda sem a revisão final do texto”, lê-se no direito de resposta de Carlos Feijó a que todo o mundo teve acesso.
Para se escrever o que quer que seja em língua portuguesa, é necessário que se tenha um domínio abrangente das suas gramáticas, quer implícita quer externa, das ciências da linguagem que a estudam, a fim de respeitar o padrão normativo, na escrita, da gramática da língua a escrever. Como Carlos Feijó não tem esse domínio, deve(ria) mesmo contratar um revisor de textos. Do contrário, é tentar dar algo que não tem.
Senhor Carlos Feijó, contrate mesmo revisores de textos, uma vez que não tem domínio da língua escrita. O senhor tem, sim, noções sobre alguns aspectos da língua; porém, não tem ideia de como deve ser aplicado/respeitado na prática/escrita, prova disso é que é possível encontrar, no seu texto de direito de resposta, erros crassos de sintaxe de todos os tipos, algo que, para um texto escrito por um notável jurista da nossa praça, é gravíssimo.
Não gosto de fazer juízo de valores ou corrigir “erros”, sobretudo quanto à língua falada, mas não consegui manter-me calado diante dos erros crassos que vi no seu direito de resposta a uma publicação de Carlos Alberto.
Quando se escreve na língua de Camões, deve-se obedecer, na escrita, a sua regra, senhor Carlos Feijó! Se fosse texto de uma pessoa qualquer, que não seja jurista renomado e já foi chefe da Casa Civil da Presidência da República durante uns anos, até dava jeito de compreender: talvez a pessoa tenha um grau de escolaridade bué baixo ou, num outro modo de ver, nunca teve a possibilidade de ter acesso à língua culta ou nunca frequentou a escola.
Antes de publicar algo, senhor jurista, entregue o que escreveu a pessoas formadas, com conhecimentos sólidos e capacidades de análises linguísticas, gramaticais, etc., a fim de ter um texto, como dizia alguém, “com cabeça, pescoço, tronco e membros” no que à língua escrita diz respeito.
Peço desculpa pela observação, mas foi com boa intenção. Até rima! Feliz Natal e um Ano Novo cheio de prosperidade!