Início Política Miala no lugar de Pedro Sebastião – PR limpa a “casa” e põe sabotadores na rua

Miala no lugar de Pedro Sebastião – PR limpa a “casa” e põe sabotadores na rua

por Redação

O Presidente da República, João Lourenço, está agastado com a sua equipa de segurança, começando pelo chefe da Casa de Segurança, general Pedro Sebastião, o ministro da Defesa, João Ernesto dos Santos “Liberdade” e com o fraco desempenho dos Serviços de Inteligência Militar e Inteligência Externa. Nesse sentido, o general Fernando Garcia Miala é dado como certo para substituir Sebastião, porque o Chefe de Estado acredita que tem capacidades para fazer um trabalho que vai de acordo com a agenda presidencial.

Japer Kanambwa

De acordo com fonte bem informada, o Presidente da República está decidido em trocar o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança, general Pedro Sebastião, por este mostrar-se incapaz de gerir os principais dossiers sobre a segurança no país e dedicar mais atenção aos seus próprios negócios, muitos dos quais com cunho ilícito.
O Presidente tem notado que, em alguns casos, tem sido trapaceado por indivíduos em quem depositou toda a sua confiança. Daí que, em Abril do corrente ano, substituiu alguns ministros, como os da Defesa, das Relações Exteriores e elementos da Presidência da República, dentre eles o chefe da Casa Civil, Frederico Cardoso, e director do Gabinete de Acção Psicológica e Inteligência (GAPI).
Esta mudança de quadros, correspondeu, segundo a fonte, ao aproveitamento da oportunidade de redistribuição de pastas com o pretexto de “redução de custos”, para substituir figuras que se vinham tornando incómodas para o Chefe de Estado, assim como outras que se tinham incompatibilizado com orientações e com alguns elementos mais próximos de João Lourenço.
Na” mira” do Presidente, além de Pedro Sebastião, está Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico, bastante contestado internamente pelos problemas económicos e financeiros para os quais está sem soluções.

O recente conflito entre a ministra da Saúde e o ministro da Administração Interna na gestão da resposta à pandemia Covid-19, demonstrou que há, no atual contexto de crise, crescentes disfuncionalidades ao nível do Governo e da sua coordenação. Ainda de acordo com a fonte referida, em círculos partidários (MPLA), cogita-se que as disfuncionalidades alastram-se também ao nível da Presidência, considerando o que de sobreposição de funções entre assessores do Presidente e membros do Governo com responsabilidades pelas mesmas áreas.
O secretário do Presidente para os Assuntos Económicos, Lopes Paulo, foi afastado do cargo em Junho, depois de apenas 11 meses no cargo, por incapacidade de articulação com o Governo e sua correspondência dentro da Presidência da República, tendo sido substituido por Victor Hugo Guilherme, ex-assessor do vice-Presidente Bornito de Sousa. Neste contexto, também a secretária do Presidente para os Assuntos Sociais, tem-se revelado apagada nas suas funções, sobretudo desde a nomeação de Carolina Cerqueira como ministra de Estado para a Área Social.
Constata -se ainda a inoperância do Gabinete de Quadros da Presidência da República, chefiado por Edson Alves Barreto, assim como do diretor de Gabinete, Edeltrudes Costa, que tem sido alvo de várias acusações de atentado ao erário público, entre outras, pelo que há pressões em círculos partidários e da sociedade para a sua saída.
Ainda de acordo com a fonte, a aventada nomeação do general Miala, está a encarar a oposição de um grupo restrito de que temem perder a “liberdade” de agir a seu belo prazer.
Entre as tarefas que João Lourenço quer que o futuro ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança, trate com prioridade, está a de controlar a situação de Cabinda, dirimir as tensões com a República Democrática do Congo e ajudá-lo na sua reeleição a Presidente da República.
João Lourenço aposta seriamente no general Garcia Miala, atual homem forte do SINSE, pelo facto de ter capacidades semelhantes as do general Kopelipa, que desempenhou a mesma função no tempo de José Eduardo dos Santos e que tudo fazia para a satisfação dos interesses do chefe.
Quanto a Pedro Sebastião, recai si a acusação de estar a aproveitar-se do cargo, dando primazia aos seus negócios, em vez de cuidar dos dossiers importantes sobre a segurança do país. Recorde-se a tentativa de “golpe” que tentaram aplicar ao Presidente e que envolve também o ministro da Construção e outros, do “condomínio” inacabado, onde se pretendia instalar o centro de tratamento da pandemia da Covid-19.

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