O Jornal 24 Horas, depois de um exercício de auscultação pública, apresenta alguns nomes, entre dirigentes e instituições, que mereceram a aprovação e desaprovação dos cidadãos pelo seu desemepnho no ano que findou
Os quatro melhores
O Presidente da República, João Lourenço, entre altos e baixos em 2022, foi apontado como referência positiva por, ao assumir o segundo mandato, transmitir confiança garantindo que as dificuldades que afligem o país serão ultrapassadas sem grandes sobressaltos.
Apesar dos grandes desafios que irão marcar 2023 e vão exigir mais trabalho e unidade de acção de todos, “temos fé que com trabalho, realismo e optimismo, seremos capazes de ultrapassar sem grandes sobressaltos o momento difícil que o mundo vive”, reafirmando a sua intenção de investir cada vez mais na educação e saúde, “porque só um povo educado e saudável pode competir e superar, com êxito, os enormes desafios que o mundo impõe a todos os níveis”.
Para o Chefe de Estado, só juntos podemos continuar a consolidar o Estado democrático de Direito e edificar uma sociedade inclusiva, de livre expressão, com direitos e oportunidades iguais de justiça e solidariedade social.
Vera Daves, ministra das Finanças, tem merecido a aprovação da sociedade pela forma serena como está a desenvolver o seu trabalho em prol da sustentabilidade das finanças públicas, bem como pela sua capacidade de enfrentar problemas económicos globais mais desafiadores, no actual contexto.
A ministra é também referência pela reforma do sector e renovação da confiança na economia de Angola e mobilização de recursos para a transformação das infra-estruturas. Dela se espera mais acções positivas em 2023.
Recorde-se que, Vera Daves de Sousa, em 2022, foi distinguida, em Accra (Ghana), com o título de “Ministro das Finanças do Ano”, pelo African Banker Awards, um evento anual de referência para a banca e finanças do continente, que decorreu a margem das reuniões anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BDA).
Comissário-Geral, Arnaldo Manuel Carlos, Comandante Geral da Polícia Nacional, é outro dirigente que mereceu os aplausos dos cidadãos pela forma como tem conquistado as atenções das diversas áreas da corporação, exercendo um controlo mais eficaz, por uma Polícia mais modernizada, actuante, cumpridora e consciente do verdadeiro sentido do dever, disciplina e honra para continuar a garantir o cumprimento da lei e elevar os níveis de segurança no país. O combate aos crescentes focos de criminalidade pelo país é uma missão que o Comandante-Geral quer cumprir com sucesso.
Celso Rodrigues de Lemos Rosas, PCA do Porto do Lobito, agraciado em finais de 2022 com um prémio internacional de boa gestão, tem-se empenhado a fundo em prol do resgate da mística daquela instituição portuária angolana.
No decorrer do ano de 2022 foram muitos os desafios ultrapassados pelo Conselho de Administração liderado pelo Dr. Celso Rosas, em prol da resolução de diversos problemas da empresa e também de âmbito social e filantrópico. A mulher, a criança e a terceira idade mereceram especial atenção da instituição.
Celso Rosas é o que se chama um “antigo combatente”, um “veterano” do sector dos Transportes em Angola. Desde aeroportos, foi PCA da ENANA, transportes rodoviários, PCA da UNICARGAS e gestão portuária, Celso Rosas, além de um perfil sério e imaculado, possui carácter, conhecimento e competência que captam a simpatia da sociedade. Em 2023, é ponto assente que, como sempre, saberá lidar com os problemas que terá pela frente, sobretudo no que diz respeito à reabilitação do Corredor do Lobito.
Os quatro piores
Luísa Maria Grilo, ministra da Educação, está a ser apontada por não conseguir contornar as causas da má qualidade da Educação no país que, para a sociedade civil, “é resultante da falta de vontade política do Governo” que origina o fracasso do sistema de ensino no país. Segundo especialistas,”a educação tem incidência na redução da pobreza por diferentes vias, uma vez que a educação é o elo que quebra a cadeia de transmissão da pobreza”.
Nos últimos tempos, o sector tem sido afectado por um grande número de greves e, ao que tudo indica, elas estão longe de terminar, enquanto não se ultrapassam os impasses que entravam o ritmo de todo um processo que se pretende harmonioso para garantir melhores condições de ensino aos estudantes de um modo geral.
Situações de se tentar “tapar o sol com uma peneira” não devem repetir-se, como as que aconteceram durante a segunda fase da greve dos professores do ensino geral que, no período de provas, os docentes, em greve, foram subsriruidos por seguranças, empregados de limpeza, pessoal administrativo, entre outros, para acompanhar as referidas avaliações, sem se saber quem e como foram elaboradas as tais provas, e demais procedimentos posteriores.
O Presidente da República fala na formação de quadros de qualidade, mas na prática, o sistema ruma em sentido contrário! 2023 será o ano em que as coisas se vão encaixar?
Sílvia Lutucuta, ministra da Saúde, mais uma vez é apontada como das piores do ano e a sociedade questiona a razão da sua manutenção, pelo Presidente da República, no cargo, quando fala em trabalhar mais e melhor.
Desde que chegou ao cargo, Sílvia Lutucuta só tem criado desestabilização no sector da Saúde, como tem sido descrito a nível interno pelos próprios profissionais que, constantemente, reclamam por novas dinâmicas, organização e melhorias a todos os níveis, sobretudo em termos de condições de trabalho para um melhor atandimento ao público, tanto no tratamento como na hospitalização.
A desorganização no seio do Ministério da Saúde foi piorando e espalhou-se a todas unidades hospitalares, com destaque para as unidades menores, como hospitais municipais e centros de saúde distritais ou comunais, onde impera a corrupção activa, onde nada há, nem material gastável nem medicamentos, tendo os pacientes ou os seus familiares de comprar tudo, das luvas às seringas, até o paracetamol e demais medicamentos. Junta-se à isso as análises que têm que ser feitas no exterior, em estabelecimentos duvidosos, geralmente associados aos próprios técnicos das unidades hospitaleres, assim como as farmácias ou os vendedores de medicamentos e material gastável.
Para as críticas que têm sido feitas, o sector da Saúde está num autêntico caos que vai piorando com o passar do tempo, agudizando-se com as constantes greves, ora de médicos, ora de enfermeiros, não se percebendo quando se porá termo à tão graves situações.
Ao mantê-la no cargo, depois de tantas observações e críticas ao seu desempenho na Saúde ao logo dos cinco anos passados, o Presidente da República terá cometido um grave erro.
Mário Augusto da Silva Oliveira, ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, não está a ser bem visto por algumas franjas da sociedade civil, que são de opinião que as suas primeiras acções nada mais foram que tentativas para acalmar os ânimos dos profissionais, principalmente da comunicação social, face à situação de alta crise que se vive no sector, principalmente nos chamados órgãos privados.
Depois do “show” de entrada, segundo notícias postas a circular, “resolveu relaxar, pois, nos últimos dias, não tem dado ‘ar da sua graça’, por exemplo, no que diz respeito aos problemas que assolam os jornalistas e os assaltos às instalações do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), situação que fez com que, pela primeira vez, os jornalistas saíssem à rua em manifestação”.
Por outro lado, levantam-se os problemas que estão a ser vividos na Angola Telecom, em que o Conselho de Administração, nomedamente o PCA, é acusado de cometer atrocidades contra os trabalhadores, assim como despedimentos ilegais, entre outras situações ao arrepio da lei, mas que “não têm merecido a atenção de Mário Oliveira que não ‘tuge nem muge’ sobre o que se passa naquela importante empresa que ele conhece bem, por ter passado por lá”.
Ao que tudo indica, Mário Oliveira é apenas mais um que passa pelo cargo, mas que nada de novo trará ao sector, especialmente à comunicação social angolana!
Nelson Lopes Funete, administrador municipal de Icolo e Bengo, é um indivíduo que vai deixando a sua “marca negativa” por onde passa. Contudo, apesar das acusações de que tem sido alvo, mesmo a nível do partido, MPLA, onde já foi 2º secretário provincial de Luanda, por beneficiar militantes por amiguismo, bajulação, nepotismo, entre outros interesses obscuros, o indivíduo continua a ser nomeado para desempenhar funções em que o seu perfil não se encaixa.
Tal é o caso de, agora nas vestes de administrador municipal de Icolo e Bengo, estar a aproveitar –se do cargo para fazer e desfazer a seu belo prazer, a pontos de esbulhar terrenos aos seus legítimos proprietários, roubar o Estado e prejudicar as populações locais, entre outras artimanhas lesivas ao erário.
Descrito como arrogante, abusivo e prepotente, Nelson Funete está a ser acusado pela direcção da empresa Pleno Negócio Prestação de Serviço Lda, de liderar uma máfia que, desde a sua nomeação, está a implantar o caos com o esbulho desenfreado de terrenos aos seus legítimos proprietários
Nos últimos dias, a situação está a ficar descontrolada e, a cada dia que passa, vai crescendo o número de invasores de terras, com o seu consentimento. Os mafiosos não respeitam nada, incluindo espaços com obras em curso, algumas delas produtos de projectos do Estado, com contratos firmados pela anterior administradora municipal e que agora estão a ser desrespeitados, diga-se mesmo, espezinhados, por Nelson Lopes Funete.
Alguém, a nível do MPLA e do Governo, tem que que pôr fim aos desmandos desse indivíduo!