Está a fazer as manchetes nacionais e internacionais neste fim de ano 2020, a notícia de que Manuel Vicente ter-se-á reunido com o Presidente João Lourenço, a quem entregou documentos que implicam José Eduardo dos Santos nos negócios de corrupção da Sonangol.
O facto é curioso, consideram expert’s do cenário político angolano, porquanto está em curso, por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), uma investigação aos crimes de delapidação do erário público de que o antigo «patrão» da Sonangol e ex-vice-Presidente da República é acusado e, diante das evidências, já comprovadas, de ter cometido tais crimes, vem agora, em jeito de justificação, «empurrar» as culpas para José Eduardo dos Santos.
É assim que, segundo a imprensa portuguesa, «Manuel Vicente, entregou documentos ao Presidente João Lourenço a denunciar a participação de José Eduardo dos Santos em alguns dos maiores negócios de corrupção da Sonangol».
Manuel Vicente, ex-vice-Presidente de Angola e antigo PCA da Sonangol, procura assim desfazer as culpas que recaíem sobre si e sobre o general Hélder Vieira Dias (Kopelipa), sendo que, as autoridades angolanas, que ainda estão a recolher informações, já não terão grandes dúvidas de que o ex-Presidente angolano foi mesmo o cabecilha dos negócios da petrolífera.
Perante João Lourenço, Manuel Vicente terá apontado o nome de José Eduardo dos Santos como o mentor da operação que levou à construção de três edifícios, com fundos da petrolífera angolana, que foram recentemente nacionalizados pelo Estado.
Recorde-se que Manuel Vicente, desde que João Lourenço tomou posse como Presidente da República, tem beneficiado da sua protecção. À semelhança de muitos outros ex-governantes à contas com a justiça por crimes de corrupção, José Eduardo dos Santos tem sido o «bode expiatório», imputando-lhe todos os crimes que cometeram contra o Estado. Agora são todos «meninos do côro», quais anjinhos inocentes!
Este é um assunto que ainda vai fazer correr muita água por debaixo da ponte! SP