Início Política Manuel Rabelais é um mentiroso compulsivo e manipulador cuja pena tem que ser à dimensão dos seus maquiavélicos crimes

Manuel Rabelais é um mentiroso compulsivo e manipulador cuja pena tem que ser à dimensão dos seus maquiavélicos crimes

por Redação

Durante o julgamento do antigo ministro da Comunicação Social e ex-director do extinto GRECIMA, tem-se constatado que o réu contraria consecutivamente as acusações negando os factos e tenta manipular a opinião, não só do tribunal, mas também da opinião pública em geral. Contudo, para analistas atentos ao percurso de Rabelais, enquanto gestor público, o indivíduo «é um mentiroso compulsivo» e não demonstra qualquer arrependimento dos graves prejuízos que causou ao país.

Japer Kanambwa

Entre mentiras e verdades, Manuel Rabelais está a fazer uma “jogada” que visa baralhar os factos e criar dúvidas sobre as acusações de que é alvo.
Porém, os analistas questionam o facto de o dito Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), durante a sua vigência, ter-se assumido como um “super ministério” da Comunicação Social, a pontos de ofuscar o próprio ministério e manejar somas monetárias superiores à que era cabimentada àquele pelo OGE.
Pelo que se tem revelado no julgamento, salta à vista que o GRECIMA era um órgão que estava mais preocupado com dinheiros, cujos fins reais continuam ainda um tanto ou quanto confusos.
Por exemplo, em relação a compra dos 98 milhões de euros ao Banco Nacional de Angola (BNA) que, conforme consta nos autos do processo, terão sido vendidos a empresas e indivíduos ligados a Manuel Rabelais, o antigo ministro da Comunicação Social e também ex-director da Rádio Nacional de Angola não confirmou a operação, mas admite que o valor pode referir-se a “cartas-conforto” que foram enviadas quando era secretário do Presidente da República para a Comunicação Institucional e Imprensa, durante a governação do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos.
No entanto, reconheceu que o seu assessor Hilário Santos recebia e depositava dinheiro em nome do GRECIMA, justificando que a compra e venda de moeda estrangeira, com o acréscimo de uma taxa acima do valor oficial, «foi uma alternativa à crise financeira para suprir necessidades» do antigo gabinete.
Rabelais, entretanto, confirma que, com Hilário Santos, adquiriam assim, ou seja, através desse mecanismo de venda directa, alegadamente para o GRECIMA, mas que serviam «quer para interesses pessoais nossos e de pessoas do Governo que nos procuravam».
Em jeito de justificar as elevadas saídas de dinheiro, afirma ainda que pagava a líderes nacionais e internacionais para falar bem de Angola, mas não revela nomes nem os montantes pagos por considerar que é «um assunto de segredo de Estado».
Ao ser questionado se o antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos sabia do esquema, Rabelais disse que nunca discutiu sobre este tema com o ex-chefe de Estado. Acrescentou ainda que o BNA não tinha conhecimento sobre a venda dos valores disponibilizados, mas que os alocava aos bancos comerciais para onde os pedidos do GRECIMA eram endereçados.

Trajectória de crimes

Enquanto isso, recorde-se que, segundo a opinião pública, Manuel Rabelais foi um dos governantes que mais enganou a sociedade e o ex-Presidente da Republica José Eduardo dos Santos, passando imagens que nunca foram reais em relação à situação que o país vivia e que se aproveitou dos cargos para roubar e atirar para a miséria, e mesmo para a morte, sem dó nem piedade, muita gente, principalmente trabalhadores da Rádio Nacional de Angola, entre outros órgãos de comunicação social.
Além das acusações que constam nos autos do processo em julgamento, Rabelais é acusado também de apropriação de bens e infra-estruturas dos órgãos de comunicação social, dinheiros entre outros, incluindo o badalado roubo dos dinheiros que deveriam ser depositados na Segurança Social para a pensão de aposentação dos trabalhadores, principalmente da Rádio Nacional de Angola.
Tal situação foi-lhe imputada quando exerceu o cargo de director-geral do referido órgão e, depois, como ministro da Comunicação Social, em que continuava a manipular tudo nos órgãos de informação.
Como já tem sido referido, um dos maiores bajuladores e trapaceiro que o governo de Angola teve desde que o país se tornou independente, é Manuel Rabelais.
Diante de tudo e de todos, “apoderou-se” das maiores empresas públicas de comunicação social nacionais e fez delas o que bem quis e lhe apeteceu, até funcionários chegaram a morrer por sua culpa.
Recentemente, circularam notícias dando conta do descontentamento dos Conselhos de Administração da Rádio Nacional de Angola (RNA) e Televisão Públicua de Angola (TPA), pelo facto de, mesmo na condição de deputado, Manuel Rabelais continuava ainda a controlar determinados sectores daquelas empresas.
Por exemplo, o refeitório dos trabalhadores da RNA, foi transformado por Rabelais num restaurante e explorado pelo “Moment” de sua propriedade. Segundo fontes, existia um pseudo-contrato para a exploração do espaço por 20 anos, mas não passava de um contrato fictício que não beneficiava em nada a RNA; tudo ficava com Rabelais que fazia negócio consigo próprio.
Na mesma esteira estava a antiga Creche Piô da RNA que passou a ser uma “instituição privada”, cobrando preços altíssimos, não beneficiava os filhos dos trabalhadores e fora alugada à ENDIAMA por Rabelais e só ele conhecia os trâmites do contrato.
Como se não bastasse, Manuel Rabelais é acusado igualmente de ter mandado desviar as condutas de água que abasteciam tanto as instalações da RNA e as antigas da TPA, passando as empresas a ser abastecidas pelos seus camiões-cisterna de venda de água, penalizando seriamente as respectivas administrações, pelo que os Conselhos de Administração recoreram aos tribunais para se pôr termo a todas estas falcatruas de Rabelais.
Usando os seus poderes, Rabelais montou por todo o país e em todos órgãos públicos de comunicação social uma rede de indivíduos seus apaniguados, que se trsnformaram numa “troupe” de terror contra verdadeiros e honestos trabalhadores e de quem discordasse dos seus métodos e roubalheira.
Na ânsia de também tirarem dividendos, esses indivíduos envenenaram a essência da verdadeira comunicação social que se fazia em Angola, manipularam de tal forma a coisa que, o próprio José Eduardo dos Santos e seus assessores, entre outros, foram devidamente enganados pelos relatórios, imagens e propaganda enganosa urdida por essa cambada que devia, neste momento, estar toda na cadeia.
Rabelais e seus apaniguados nunca se preocuparam em melhorar as condições de trabalho das empresas, nunca se preocuparam em melhorar os seus salários e o seu nível de vida, enquanto eles tinham regalias financeiras e materiais de todo o tipo, subtraídas ao Estado, para além de apoios da Presidência da República e de alguns governantes.
De acordo com os indicadores, a gestão de Rabelais foi sempre marcada por nepotismo, humilhação aos profissionais, entre outros cidadãos, e criação de funcionários “fantasmas” em todos os órgãos e em todo o país.
Sublinhe-se que, durante o seu mandato como ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais esteve envolvido em vários escândalos, entre as quais, as acusações sobre alegadas subfacturações na compra de equipamentos jornalísticos e de meios técnicos, que seriam principalmente para a TPA e RNA, visando a cobertura do Campeonato Africano das Nações em Futebol (CAN), realizado em Angola, em 2010, que acabaram por ser desviados para equipar empresas ligadas a Rabelais.
Diante de tal perfil, Manuel Rabelais não pode escapar de uma pena de prisão à dimensão de tantos crimes e incômodos causados aos cidadãos e ao país.

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