Kianda Troso, o homem que ganhou milhões apagando dívidas de muitos embusteiros no sistema do BPC, apresenta-se agora como um abastado “empresário” do ramo dos seguros e nunca foi tido nem achado pelas autoridades no que tange ao combate contra a corrupção e roubo do erário público
O antigo responsável do departamento de Tecnologia e Informação do Banco de Poupança e Crédito (BPC), Kianda Troso, é descrito como o “elemento infiltrado” no seio daquela instituição bancária estatal que, por muitos anos, manipulou todas “engenharias” que “limparam” os cofres do BPC, que foi “vítima” de todo tipo de facatruas que lesaram horrivelmente o Estado e a economia angolana.
Apesar dos pesares, Kianda Troso e muitos que “enterraram” o banco no mais profundo abismo, permanecem impunes, intocáveis, fazem o que querem e lhes apetece, apesar dos seus nomes constarem na vastíssima lista dos que levaram o banco à falência e delapidaram o erário público.
Kianda Troso é acusado de ser a pessoa que “apagava” as divididas de muitos embusteiros no sistema do BPC e facturava forte com os desvios, ofuscando a figura do então PCA Paixão Júnior, a pontos de complicar sobremaneira a sua vida e a sua gestão, usando recursos do banco para atender clientelas políticas, entre outros, por alegadas “ordens superiores”, que não podia nem devia contrariar.
Além de “testa – de – ferro” dos chamados “marimbondos”, Kianda é também apontado como a pessoa que comandava a rede dos cartões Visa que, diariamente, facilitava a saída de milhões e milhões de dólares do BPC.
Assim sendo, o BPC foi, durante décadas, o “chafariz” do regime governante, onde os dirigentes do partido no poder (MPLA) e do governo liderado pelo então Presidente José Eduardo dos Santos, seus familiares e amigos, sempre a coberto das referidas “ordens superiores”, “cartavam” o dinheiro a seu belo prazer, sobretudo na calada da noite, saindo os valores em volumosos sacos.
Por essa via muita gente enriqueceu sem qualquer mérito, sem esforço e, muito menos, sem ter dado um mínimo contributo pela paz e bem-estar do país, que o digam as amiguinhas e amantes dos referidos dirigentes.
Diante das “ordens superiores”, o então dirigente máximo do BPC, o PCA Paixão Júnior, não podendo “remar contra a maré” só tinha que autorizar a saída dos valores, fossem em que quantidades fossem e sem obedecer a qualquer ética ou trâmite bancário.
Enquanto isso, o trapaceiro Kianda Troso, com os milhões desviados e as chorudas propinas que recebeu pelos “favores” prestados à dioversos “mafiosos”, exibe-se agora como um abastado “empresário” do ramo dos seguros, sendo PCA da seguradora “Protejja Seguros”.
Diante da omissão da justiça, que não tuge nem muge diante de tamanho crime de lesa-Pátria, os angolanos, em geral, aguardam ansiosos que as autoridades policiais e judiciais, a SIC e a Procuradoria Geral da República (PGR), através da Direção Nacional de Investigação Criminal e Acção Penal (DNIAP), em face de tantos crimes comprovados de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influência, branqueamento de capitais e associação criminosa, venham a público explicar em que pé fica a situação de Kianda Troso, e porque até agora não foi chamado a depôr.
Tentativas para ouvir a versão de Kianda Troso não surtiram efeito. (Com LPNews)