Em relação à contenda entre o secretário – geral do MPLA, Paulo Pombolo e o secretário do Bureau Político para Assuntos Políticos e Eleitorais do MPLA, Jú Martins por causa do vazamento do acordão do Tribunal Constitucional nas redes sociais, importa dizer que a animosidade entre os dois data do VII Congresso Extraordinário do partido que elegeu Pombolo
A eleição de Paulo Pombolo para o cargo de secretário-geral do MPLA motivou foi o pedido de demissão do Bureau Político do influente Jú Martins.
Na sequência do VII Congresso Extraordinário, o então secretário do MPLA para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias, João de Almeida Martin (Jú Martins), entregou o seu pedido de demissão do cargo ao Bureau Político, conforme se informou, em nota distribuída à comunicação social na altura.
O dirigente partidário reiterou ao líder do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço a manifestação de sair do Bureau Político por razões de saúde que o levariam a deslocar-se com frequência a Portugal, para tratamento.
Em sua substituição foi eleito Virgílio de Fontes Pereira para ocupar o cargo de secretário para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias.
Contudo, fontes internas revelaram que, apesar dos referidos problemas de saúde, o que mais motivou o pedido de demissão de Jú Martins, foi o facto de não concordar que o cargo de secretário-geral do partido fosse ocupado por Paulo Pombolo.
“A coabitação com Pombolo, indivíduo arrogante e bajulador, não seria tão pacífica com alguém metódico e vertical como Jú Martins”, avançaram as fontes.
Na mesma esteira, diversas vozes no partido posicionaram-se contra a eleição de Pombolo. Em sua opinião Virgílo de Fontes Pereira seria o homem ideal para ocupar o cargo.
Apesar da elevada percentagem com que Paulo Pombolo foi eleito secretário-geral do partido, 410 votos, 27 contra e 18 abstenções, para quem conhece o sistema interno do MPLA, tudo não passou de mais uma encenação do “braço levantado”, em que a maioria apenas segue a decisão superior e não a sua própria vontade. Os que vontaram contra e se abstiveram, esses sim, votaram de acordo com a sua consciência.
Assim sendo, apesar de Jú Martins ter regressado ao Bureau Político, com outro cargo, o seu caminho não cruza com o de Paulo Pombolo. SP