Início Política Extradição de Abel António Cosme terá caído em “saco roto”

Extradição de Abel António Cosme terá caído em “saco roto”

por Redação

O processo de extradição de Portugal para Angola do antigo presidente do Conselho de Administração da empresa de Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL), Abel António Cosme, ao que tudo indica, terá “encalhado”, como tem acontecido com muitos outros processos de criminosos que delapidaram o erário público.

Santos Pereira

Abel Cosme fugiu do país por estar implicado no “caso CNC”, em que a figura e réu principal foi o ex-ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, tendo sido condenado à revelia. Cerca de dois anos depois, acabou por ser  detido em Portugal pela Interpol em Janeiro do corrente ano.

Como foi largamente noticiado na altura, as autoridades portuguesas prenderam o fugitivo da justiça angolana, com intervenção da Interpol, que deveria ser presente a um juiz em Portugal, local da detenção e, posteriormente, extraditado para Angola, país de origem e onde cometeu os crimes.

Contudo, volvidos dois meses, o caso caiu num “silêncio tumular” e da badalada extradição nunca mais se voltou a falar.

Abel António Cosme, ausentou-se do país desde o dia em que foi anunciada a prisão do antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, alegadamente por motivo de doença e nunca mais voltou.

A este propósito o Governo angolano encetou demarches para encontrar o indivíduo que se encontrava desaparecido e já não era visto nas instalações da empresa TCUL há mais de três meses. A 15 de Outubro de 2018, Abel António Cosme foi constituído arguido pela Procuradoria-geral da República de Angola num processo relativo ao desvio de fundos do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), um organismo tutelado pelo Ministério dos Transportes.

Recorde-se que Abel António Cosme liderou o conselho de administração da TCUL desde Novembro de 2017 e a sua ausência foi tornada pública em Janeiro de 2019, quando o gabinete dos Recursos Humanos do Ministério dos Transportes solicitou, através de uma publicação no Jornal de Angola, a sua comparência no prazo de oito dias.

Na mesma esteira, o antigo director-geral do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), Agostinho Itembo, sócio de Abel Cosme, é outro foragido da justiça angolana no âmbito do mesmo “caso CNC”, encontrando-se também em parte incerta no exterior do país.

«Tal como foi o artifício fraudulento de outras participações sociais pelo CNC, os réus e os dois fugitivos causaram ao Estado Angolano um prejuízo de mais de 27 milhões de dólares e 255 milhões de kwanzas», afirmou-se no julgamento.

Poderá também achar interessante