O Partido Democrático Para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), vai realizar nos dias 28 e 29 de Novembro o segundo congresso ordinário, para destituír o presidente cessante, Simão Makazu, acusado de, ao longo de seis anos, ter gerido mal as verbas do partido, a pontos de vender o edifício da sede nacional para pagar dívidas. Os militantes dizem que o mesmo não serve para dirigir um partido. Entretanto, vão concorrer para liderar o partido sete candidatos, entre os quais o próprio Simão Makazu, que concorre à sua própria sucessão
Domingos Kinguari
O porta-voz e membro da comissão preparatória do segundo congresso ordinário daquela formação política fundada pelo falecido matemático Mfulumpinga Landu Victor, Constantino Cangandjo, assegurou ao Jornal 24 Horas online que o conclave vai acontecer nos dias 28 e 29 de Novembro, em Luanda.
«Vai congregar duzentos e cinquenta delegados provenientes das dezoito províncias e não terá representantes do exterior. Já se realizaram as conferências provinciais que aconteceram no dia 20 do mês em curso. Estamos prontos para participarmos no congresso», mencionou.
Constantino reconhece que o partido PDP-ANA atravessa uma crise de liderança. Porém, há sete candidatos que vão concorrer à liderança: «apenas estes demonstraram interesse, são os casos de Abreu Capitão Bernardo, Simão Makazu, Zissal Mamona Pululu, Abdoullay H. A. Cláudio, Costa Yoani, Santos Liapumba e Mampinga Mbala. Estes são os membros que se inscreveram e que pretendem destronar Simão Makazu», informou.
Segundo o porta-voz, os requisitos para concorrer ao cargo de presidente do PDP-ANA é ser angolano de origem, ter mais de trinta anos de idade, ter como habitações literárias mínimas o ensino médio, ter boas referências políticas, ter oito anos de militância e de não estar a sofrer perturbações mentais ou físicas. «Estes são os requerimentos para se ser presidente do PDP-ANA».
O interlocutor garante que o presidente cessante, Simão Makazu, «vai sim concorrer para a sua própria sucessão. Os que foram eleitos delegados ao congresso devem empenhar-se para realizarmos um congresso com uma boa maturidade política, de modo a realizarmos uma viragem de página. Sabem que desde 2005 que o PDP-ANA se encontra moribunda e o nosso desejo é vermos o partido com uma outra dinâmica. Dentro da coligação CASA-CE, o PDP-ANA é insignificante, ou seja, não tem qualquer visibilidade e nem tem qualquer expressão», lamentou.
Na visão de muitos militantes que falaram para este jornal, o PDP-ANA perdeu no tempo e os substitutos de Mfulumpinga Landu Victor não têm sabido dignificar os anseios do presidente fundador.
«Somos uma organização política moribunda que tem falta de criatividade das lideranças. Queremos que neste congresso saiamos mais fortes, unidos e coesos e que sejamos um verdadeiro PDP-ANA que demonstrava ser poder e que ameaçava o MPLA, mas que agora não passa de moribundo e está a um passo da cova. O presidente cessante Simão Makazu deveria ser responsabilizado pelo mal que fez ao partido, mas continua mais preocupado em servir-se. Embora tenha sido perdoado pelo roubo dos dinheiros que recebe pela coligação, os militantes não devem votar nele, porque o mesmo é um corrupto e tem dívidas com muita gente. Temos a certeza que no exterior da sala do congresso vão aparecer pessoas para o cobrarem», alertam os militantes que não querem ser identificados.