Contrariando os esforços do Presidente da República, Ruth Alfredo Tenente, incorreu na violação da Lei de Probidade Pública, entre outras,tendo nomeado o marido para seu assessor, assim como um tio, sobrinhos e amigos, o que constitui uma prática de nepotismo descarado, favoritismo, abuso de poder e tribalismo
Domingos Kinguari
A administradora municipal do Dirico, Ruth Alfredo Tenente, quando se apercebeu que o Jornal 24 Horas, revelou publicamente as suas “engenharias” e demais falcatruas, saiu precipitadamente daquela circunscrição, na quinta-feira (07), pelas 2h45, para ir implorar ao governador, José Martins, e ao seu “anjo da guarda”, identificado apenas por Mucanda, o dito “governador sombra”, para que não seja exonerada por enquanto para que possa ainda tirar mais rendimentos do saque ao erário público que tem sido efectuado no Dirico.
A informação foi prestada a este Jornal por fonte local, dando conta que, quando da divulgação no dia 06 da notícia sobre a vergonhosa situação de descarado nepotismo, favoritismo, peculato e outros crimes praticados na administração do Dirico, no final da tarde, a administradora reuniu o seu elenco tendo decidido ir a Menongue pedir protecção ao governador, para protelar as nomeações que efectuou e estão a criar desconforto e descontentamento no município e não só.
As referidas nomeações estão a criar revolta, bem como uma onda de descontentamento geral, com destaque para a juventude do conselho municipal que pretende sair à rua para se manifestar, porque Ruth Alfredo Tenente, incorreu na violação da Lei de Probidade Pública, entre outras,tendo nomeado o seu marido para seu assessor, assim como um tio, sobrinhos e amigos, o que constitui uma prática de nepotismo descarado, favoritismo, abuso de poder e tribalismo, atendendo que são todos do mesmo clã, contrariando os esforços do Presidente da República no combate a tais práticas perniciosas, no que tem sido protegida pelo próprio governador provincial.
Na sua saída apressada do município do Dirico em direcção a Menongue, capital da província, Ruth Alfredo Tenente não foi pela estrada principal, foi pela via de Calai, localidade onde deixou o marido que, embora continuando a ganhar como professor daquela vila, deixou de dar aulas em função da “nomeação” para assessor da esposa, administradora, e já não vai dar aulas, prejudicando o Estado e centenas de crianças.
Depois de deixar o seu marido, avançou para Menongue, “carregando” consigo o seu sobrinho, que nomeou como director de gabinete, Tito Maria, bem como Anílcia Handa, sua sobrinha e secretária, Letícia Kafunda, actual inspectora escolar do Dirico, que ainda frequenta a 10ª classe e o técnico médio de educação, considerado um “zero à esquerda” em matéria de Direito, mas que é o actual director do gabinete jurídico. Este, que é sobrinho do governador José Martins, também fez parte do passeio, com a missão de convencer a esposa do edil do Kuando Kubango a interceder por eles junto do marido para que “feche os olhos” às acusações postas a circular.
O grupo viajou na viatura da administradora de marca Land Cruzer, de cor branca, com a chapa de matricula LD-64-39-HJ, dirigida pelo seu motorista, Nicolau Ndala.
A informação foi confirmada pelos técnicos do CDI do Dirico, via telefone. Os mesmos, falando sob anonimato, revelaram também que o idoso António Livenga e o secretário-geral, Mucanda – filho, já se encontram há duas semanas em Menongue, com orientações da administradora e do assessor económico, para inserirem algumas “empresas fictícias” no leque das demais para que lhes sejam outorgadas obras do PIIM. Com esta acção, têm em vista defraudar o Estado em dois mil milhões de kwanzas.
De jardineiro a chefe da agricultura
Aqueles técnicos referiram ainda que, em meio às denúncias sobre as noemações da administradora, faltou o nome do jardineiro que foi nomeado para chefe de secção da agricultura e pescas, identificado por Pedro Kandingo Tchivambo, indíviduo semi-analfabeto, que escreve muito mal os relatórios e não consegue expressar-se devidamente.
Alguns munícipes do Dirico contactados por este jornal via telefone, esclarecem que existe um grupo da sociedade civil que está a preparar um abaixo – assinado que será enviado para a IGAE, ao SIC-Menongue, à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal de Contas, com a intenção de desmontarem a maquinaria de roubo desses larápios que têm como intenção principal a delapidação dos cofres do Estado. “A fiscalização em Menongue é muito débil, ou mesmo é inexistente, e conta com a cumplicidade do governador provincial, José Martins, na pilhagem”, descrevem.
Os moradores dizem ainda que Ruth Alfredo Tenente, nunca convocou o conselho municipal de auscultação social, preferindo “torrar” o dinheiro público com a sua família em prejuízo de toda uma população.
Fuga para Menongue adia campanha de limpeza
O município do Dirico deveria realizar uma campanha de limpeza no sábado (09), mas em função da “fuga” apressada da administradora, a mesma actividade ficou adiada sem data.
Eis o teor do documento a que o Jornal 24 Horas teve acesso: «Para os devidos efeitos e fins achados convenientes, sobre a realização da campanha de limpeza e embelezamento da vila, o conselho municipal da juventude comunica aos funcionários da administração municipal, professores, enfermeiros e órgãos de defesa e segurança, que, por motivos inesperados, não será realizada a descrita actividade que teria lugar hoje sábado, dia 9, a partir das 5 horas. Auguramos que haja a melhor compreensão sobre esta protelação, evitando os ouvi dizeres, pois, para quaisquer informações que ditem as razões desta protelação, favor contactar os membros da comissão directiva do conselho municipal da juventude do Dirico», refere a nota, afixada na vitrina da administração municipal.
Tenente esconde as “patentes”
O Jornal 24 Horas tentou entrar em contacto com a administradora municipal do Dirico, Ruth Alfredo Tenente, através do seu terminal telfónico, assim como com o secretário-geral, conhecido apenas por Mucanda – filho,mas os dois estavam fora de serviço.