O advogado David Mendes garantiu, em comentário ao espaço de análise da TV Zimbo, que o antigo vice-Presidente da República, Manuel Vicente, tem os dias contados para ir para a cadeia.
Japer Kanambwa
O também deputado afirmou categoricamente que Manuel Vicente é o próximo a sentar no banco dos réus, sublinhando que tem provas de que desviou dinheiros públicos enquanto PCA da Sonangol.
O antigo PCA da Sonangol e ex-vice – Presidente da República, Manuel Vicente, é considerado um dos maiores embusteiros que mais se aproveitou do erário público para enriquecer.
Enquanto chefe da Sonangol criou empresas (muitas delas ‘fantasmas’) e consórcios por todo mundo que, além de servir para o desvio de enormes carregamentos de petróleo bruto, branqueou o capital obtido ilicitamente no país e, como se não bastasse, as ditas empresas ainda “assinavam” contratos milionários com a petrolífera angolana para fictícias consultorias, assessoria técnica e prestação de serviços vários, entre muitos outros esquemas lesivos ao Estado.
No ano passado (2020), a PGR garantiu publicamente que Manuel Vicente está a ser alvo de uma investigação patrimonial com vista à recuperação de activos para o Estado angolano.
O nome de Manuel Vicente está igualmente associado à CIF, empresa chinesa cujos activos em Angola passaram recentemente para a esfera do Estado, assim como vários negócios que remontam à altura em que liderava a Sonangol e que lesaram em bilhões de dólares o país.
Sem detalhar os montantes envolvidos, fonte da PGR adiantou que «há investigações em curso» no Serviço Nacional de Recuperação de Activos para identificar o património de Manuel Vicente.
A opinião pública nacional e internacional, bem como a sociedade angolana em geral, esperam anciosamente pelo pronunciamento das autoridades judiciais sobre o caso. Para quando a sua audição como arguido? Eis a questão!
Enquanto isso, Manuel Vicente, actualmente deputado da bancada parlamentar do MPLA, foi ouvido no dia 27 de Janeiro do corrente ano, como declarante, no âmbito do caso que envolve o empresário Carlos de São Vicente, numa das salas da Assembleia Nacional, pelos magistrados João Panguila e Esperança Bulica.
A PGR prolongou a prisão preventiva do empresário Carlos São Vicente, detido desde Setembro, em Luanda, por mais dois meses, face à complexidade do processo e «necessidade de se realizarem as diligências em falta».
Carlos de São Vicente terá, alegadamente, levado a cabo «um esquema ilegal» que lesou a petrolífera estatal Sonangol em mais de 900 milhões de dólares (cerca de 760 milhões de euros).
Segundo o porta-voz da PGR, Álvaro João, Manuel Vicente foi ouvido na Assembleia Nacional porque foi o local escolhido para o deputado prestar declarações.
Recorde-se, entretanto, que no âmbito do mesmo caso, a PGR já ouviu, também como declarantes, outros altos funcionários da petrolífera angolana, Sonangol, para «ajudarem a aclarar os factos» relativos ao processo de investigação ao empresário Carlos de São Vicente, preso preventivamente sob acusação de transferência ilícita de 900 milhões de dólares para um banco suíço.
Na mesma esteira, o antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a viver em Dubai desde o ano passado, foi também ouvido no caso 900 milhões que envolve Carlos de São Vicente.