Início Política Através do GRECIMA Rabelais sonhava substituir José Eduardo dos Santos

Através do GRECIMA Rabelais sonhava substituir José Eduardo dos Santos

por Redação

O antigo ministro da Comunicação Social e ex-director do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), entre outros cargos que exerceu, esteve sempre envolvido por diversas acusações de práticas lesivas ao Estado, até porque, na sua vaidade, gostava de ostentar que tinha poder.

Santos Pereira

No GRECIMA, essa ostentação atingiu o cúmulo do paradoxo, porque acreditava que estando ligado à Presidência da República seria o substituto de José Eduardo dos Santos, como alardeava em meios familiares e de amigos.
Assim, não se abstinha em apropriar-se sempre mais de fundos públicos, bem como de canalizar avultadas somas monetárias para empresas fictícias, de amigos e/ou de parentes seus.
Quando alguns apaniguados de Rabelais foram “corridos” das chefias dos principais órgãos de Comunicação Social públicos, começou a abrir-se uma nova página no sector, deixando os meandros da corrupção, peculato, nepotismo, manipulação, entre outros, por parte daqueles que atingiram o topo por “bajulação” ou com “padrinhos na cozinha”.
Ao extinguir-se o GRECIMA, Manuel Rabelais deixou vários “órfãos” espalhados por diversos departamentos ministeriais, governos provinciais, empresas nacionais e não só.
O GRECIMA fora criado através do despacho presidencial nº 50/10 de 13 de Outubro, como órgão para trabalhar na imagem do anterior regime. Pelo que se sabe, tinha um orçamento anual de Cem (100) milhões de dólares e, o Presidente da República José Eduardo dos Santos, autorizara um adicional de Vinte (20) milhões de dólares, conforme atesta o despacho presidencial nº211/13, que ressalvava que o montante estava destinado a «cobertura de despesas de funcionamento», perfazendo assim 12º milhões de dólares anuais.
Durante a sua vigência, o GRECIMA como instituição, subcontratara para a prestação de serviços a “Semba Comunicação”, empresa detida pela “Westside instiments”, tendo como sócios o próprio Manuel Rabelais, Tchizé dos Santos e Aldemiro Vaz da Conceição.
De acordo com fontes geralmente bem informadas, os fundos públicos entravam para a conta do GRECIMA e por sua vez, este gabinete transferia para a “Semba Comunicação” que fazia a sua gestão.
Durante o seu mandato como ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais estava envolvido em vários escândalos, entre as quais, as acusações sobre alegadas subfacturações na compra de equipamentos jornalísticos e meios técnicos, que seriam principalmente para a TPA e RNA, que visavam a cobertura do Campeonato Africano das Nações em Futebol (CAN), realizado em Angola, em 2010, que acabaram por ser desviados para equipar empresas ligadas a Rabelais.
Depois de ter sido destituído do cargo, rendido por Carolina Cerqueira, circularam notícias de que Rabelais estaria a ser ouvido pelo Tribunal de Contas, onde pesava sobre ele acusações de apropriação de bens do Estado.
Tornou-se público, inclusive, que o Tribunal estaria a obrigá-lo a devolver aos cofres do Estado angolano cerca de 200 milhões de dólares correspondentes aos valores e equipamentos de que o mesmo ter-se-ia apoderado quando esteve no governo.
Na sequência disso, segundo ainda s as fontes, para Manuel Rabelais pagar o que lhe estava a ser cobrado, teria vendido parte do seu património disperso por todo o país e no exterior, tendo passado a viver entre Benguela e Luanda mostrando dificuldades de restituir os valores exigidos pelo Estado angolano.
Segundo as notícias veiculadas na altura, Rabelais vendera uma vivenda situada nas imediações da Igreja Sagrada Família, em Luanda, pela metade do preço que comprara.
Na província de Benguela, onde o mesmo possui (possuia) um vasto património, decidiu vender grande parte dos bens imobiliários, acrescentando as referidas notícias, que Rabelais, investira mais na cidade portuária do Lobito, onde possuia uma lavandaria no bairro Compão e seis apartamentos no prédio da Rádio Nacional, logo à entrada da Restinga, assim como três vivendas no bairro do Académico e que estariam a ser vendidas num valor entre 800 mil e um milhão de dólares.
Muito mais se pode aferir da vasta trajectória lesiva ao Estado angolano de Manuel Rabelais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) não pode omitir estes e outros factos que sempre foram revelados pela comunicação social e não só!

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