Dirigentes religiosos e o governador do Namibe trocaram acusações sobre as tensões políticas em período eleitoral mas acordaram na necessidade de se garantir a paz durante esse período
Recebidos pelo primeiro secretário do partido dos camaradas, Archer Mangueira, os líderes religiosos condenaram o recente discurso da vice-presidente do partido dos camaradas, Luísa Damião, em Malanje, que segundo o pastor da Igreja Metodista, Jair Joaquim Cabundo, incita à violência.
“Estamos numa fase pré-eleitoral e como pastor peço a vossa excelência tolerância nos discursos políticos”, disse o pastor Metodista para quem “a vice-presidente do partido no poder quando esteve em Malanje, começou muito bem chamando à tolerância, mas no fim usou uma fala insultuosa, usou sarcasmo a relembrar uma fala que o Presidente emérito da UNITA falou de eles puxarem os bois com os dentes “.
Para Cabundo, não há necessidade de se voltar ao passado, pois isso pode reacender velhos problemas.
O pastor criticou também os meios de informação estatais afirmando que “basta ligar a TPA 1 no telejornal e tens quase entre 30 a 40 minutos só a falar do partido político (no poder)”.
O primeiro secretário do MPLA no Namibe, Archer Mangueira, agradeceu, mas criticou também a atitude de certos dirigentes religiosos que acusou de se imiscuírem em questões políticas.
“Temos autoridades religiosas – e deve ser dito aqui – que atacam directamente o partido que está no poder”, disse Mangueira.
”Acho que isto não é responsabilidade de um líder religioso que pode até como cidadão ter a sua opção política, mas não usar o seu espaço para fazer política, isto não é o papel da igreja, temos que estar unidos “, disse.
Archer Mangueira disse que no Namibe tudo está a ser feito para que haja harmonia e um ambiente de reconciliação, e acima de tudo o respeito pela diferença. (In VOA)