Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, comunicaram ao Presidente da República, João Lourenço, que estão dispostos a entregar os seus negócios ao governo angolano.
Japer Kanambwa
Depois do adiamento das audições dos generais Helder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldonido Fragoso do Nascimento “Dino”, por eles solicitada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) remarcou as mesmas para os dias 13 e 14 de Outubro. Os dois generais são suspeitos, entre outras acusações, de desviarem dinheiro público num esquema envolvendo a empresa China International Fund (CIF).
O caso, que é dos mais comentados em meios da opinião pública, a poucas horas das referidas audiências, segundo informações, Kopelipa e Dino terão manifestado ao Presidente João Lourenço que estão dispostos a entregar ao Estado activos que poderão ascender a mais de mil milhões de dólares.
Os dois generais, considerados como das personalidades mais fortes no regime do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, enviaram na quarta-feira (07), depois do pedido de adiamento das respectivas audições, uma carta ao Presidente João Lourenço indicando estarem dispostos a entregar os seus negócios ao governo angolano.
Os mesmos deverão entregar também ao Estado a maior cadeia de supermercados do país, «Kero», que «é também propriedade do antigo vice-presidente Manuel Vicente».
Por seu turno, o general Kopelipa, suspeito de crime de corrupção e de branqueamento de capitais está disposto a entregar ao Estado a maior gráfica do pais, a Damer, e ainda o vasto universo empresarial do CIF que inclui uma fábrica de cervejas, uma central térmica e uma linha de montagem de autocarros.
A CIF (China International Fund) é uma companhia chinesa envolvida na construção de imóveis e, segundo a acusação, os dois generais terão beneficiado dos negócios que o Estado teve com a empresa, no âmbito do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN).
Os dois generais deverão ser ouvidos na Direção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), da Procuradoria-Geral da República (PGR) na terça-feira (13), e quarta-feira (14), depois de terem sido constituidos arguidos no caso que envolve a construção de imóveis pela companhia chinesa CIF.
Este interrogatório estava inicialmente previsto para ter ocorrido na passada semana, mas foi adiado a pedido dos dois generais.