Início Política Angola recebeu de Portugal lista com nomes de personalidades angolanas que detêm fortunas naquele país

Angola recebeu de Portugal lista com nomes de personalidades angolanas que detêm fortunas naquele país

por Redação

A Justiça portuguesa já entregou a Angola um relatório de sete mil páginas que discrimina todas as contas bancárias, bens e participações empresariais de dezenas de cidadãos angolanos.

Angola já recebeu, pelas mãos do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), na semana passada, a lista das fortunas que vários cidadãos angolanos têm em Portugal. Na lista constam nomes de filhos do ex-Presidente de Angola, como Isabel, Tchizé e Zenu dos Santos.

O referido relatório tem mais de 7.000 páginas e detalha as contas bancárias, aplicações financeiras em fundos de investimento, mas também imóveis e participações em empresas. Em Fevereiro do ano passado, o Jornal Económico tinha noticiado que a Procuradoria-Geral da República de Angola solicitou auxílio a Portugal para localizar bens de cidadãos angolanos que tivessem imóveis, investimentos mobiliários e contas bancárias em Portugal. O pedido tinha sido feito numa reunião entre Hélder Pitta Grós, procurador-geral da República de Angola, e a homóloga em Portugal, Lucília Gago.

Agora, esse documento foi entregue, em mão, a um funcionário judicial da PGR de Angola que esteve em Portugal para o efeito. Nessa lista constam dezenas de nomes, como Isabel dos Santos, com participações em empresas como a NOS, a Galp ou a Efacec (uma posição entretanto nacionalizada), algumas das quais congeladas por ordem do Estado angolano ou por processos em Portugal.

Tchizé dos Santos, a filha mais nova de José Eduardo dos Santos, também consta na lista, em particular pela posse de imóveis, assim como o irmão Zenu dos Santos, ex-presidente do Fundo Soberano de Angola.

Estão também incluídos o antigo chefe da Casa Militar Manuel Hélder Vieira Dias e o antigo chefe das secretas angolanas, Leopoldino Fragoso do Nascimento, que tem várias contas bancárias apreendidas em Portugal.

Com o objectivo de identificar bens que tenham sido adquiridos abusivamente com dinheiro público, além de Portugal, o Estado angolano pediu ainda a colaboração das autoridades em outras nove jurisdições: Suíça, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, Singapura, Bermudas, Emirados Árabes Unidos, Maurícias e Mónaco. *(Com agências)

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