Início Política Angola continua sem os rastos de mais de cem milhões de dólares desviados do erário

Angola continua sem os rastos de mais de cem milhões de dólares desviados do erário

por Redação

Um esquema fraudulento em que uma empresa espanhola, num contrato com o Instituto Nacional de Estradas de Angola, rubricado há mais de dez anos, lesou o país em mais de cem milhões de dólares.

Por: Osvaldo de Nascimento

Passados mais de sete meses em que remetemos um documento ao Ministério da Construção e Obras Públicas, conduzido pelo ministro Manuel Tavares de Almeida, o Na Mira do Crime continua a espera de uma resposta relacionada com o ‘desaparecimento’ de cem milhões, oitocentos e sessenta e um mil, trezentos e treze Euros e cinquenta e seis cêntimos desaparecidos com a empresa RIOGERSA, S.A. rodoviárias, no processo nº 071/INEA-2008, assinado pelo antigo director geral do Instituto Nacional de Estradas de Angola, Joaquim Sebastião.

Passados mais de 10 anos da assinatura do contrato para fornecimento, montagem e assistência técnica de balanças rodoviárias, e tendo o Estado angolano pago na totalidade os valores, custa acreditar que até a segurança de Estado perdeu o rasto do principal responsável da empresa, no caso, Javier Garcia de La Serva, que tem a empresa ‘estacionada’ na rua Capitan Haya, 1, Madrid 28020, Espanha.
O Na Mira do Crime sabe que o ministro, talvez sentido a agulha da seringa aproximando do seu gabinete, remeteu ao ministro do Interior um documento atestando a preocupação em encontrar os elementos nacionais envolvidos no caso, uma vez que, lê-se no documento do gabinete Manuel Tavares, o representante legal da empresa em questão encontra-se incontactável.

Deve estar algures no mundo ‘sambando’ com o dinheiro dos angolanos. Numa altura em que todos os kwanzas fazem falta nos cofres do Estado e bolsos dos cidadãos, urge a necessidade da Procuradoria-Geral da República e todos órgãos afins, investigar esta burla milionária e responsabilizar os infractores, começando pelo antigo responsável do INEA.
As travessuras de Joaquim Sebastião
O antigo director do Instituto de Estradas de Angola (INEA), Joaquim Sebastião, esteve detido preventivamente em 2019 pela acusação do crime de peculato, e tinha que entregar um conjunto de 13 imóveis, seis veículos e um centro de estágio de futebol, em Luanda, depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) ter ordenado a apreensão dos seus bens.
Depois do processo-crime que o Estado intentou contra o antigo dirigente do INEA, Joaquim Sebastião ainda interpôs vários recursos na tentativa de anular a prisão preventiva, mas sem sucesso.

Todos os recursos foram recusado pelo Tribunal.

Logo no início das investigações, o antigo responsável declarou de forma voluntária a posse de 30 imóveis em Angola, mas também em Portugal e no Brasil, assim como 12 veículos, apesar da recusa em entregar qualquer bem.
Os bens a apreender – onde não se inclui uma das moradias em Luanda e dois veículos, que o Estado determinou que permanecessem na posse de Joaquim Sebastião – ficaram à guarda do Instituto de Gestão dos Activos e Participações do Estado até a decisão final do tribunal ser conhecida

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