José Ferreira é acusado também de desvio de fundos para o combate à Covid-19. Porém, o seu advogado diz que a acusação não tem fundamento.
O administrador municipal da Baía Farta, na província de Benguela, José Ferreira, foi constituído arguido num processo em que é acusado de apropriação de fundos públicos e de um imóvel do Estado, conforme se anunciou na terça-feira (29.12), um dia após o último interrogatório na Procuradoria-geral da República (PGR).
Segundo fonte da Investigação Criminal, a contratação pública, para obras em vários pontos do município, terá dado lugar a esquemas que alimentam suspeitas de desvios de fundos do erário público através da sobrefacturação.
Noutro ponto do processo, já confirmado por fonte da Procuradoria-geral da República, José Ferreira, há três anos no cargo, surge como tendo colocado em seu nome um bem da Habitação, ou seja, a casa onde reside actualmente.
Para além dos casos de peculato e abuso de poder, o também secretário do MPLA é associado a uma alegada tentativa de desvio de dez milhões de Kwanzas, doados para apoiar o combate à Covid-19, a pandemia que deixou em colapso o sistema de Saúde, com escassez de camas e pressão em unidades hospitalares.
A referida doação foi feita pelo empresário Rui Vaz, que não foi possível ouvir, enquanto que José Faria, o advogado de Ferreira, em defesa do seu cliente refere que o assunto poderá não ter «pernas para andar», uma vez que, como garante, «o montante está no Tesouro Nacional».
José Ferreira, que sucedeu no cargo a Maria João, igualmente a contas com a justiça por suspeitas de corrupção, assumiu que esteve na PGR, mas para tratar de outros assuntos, salientando que desconhece tais informações. (In NM)