Início Mundo Segundo relatório da OMS: Uma em cada 3 mulheres no mundo já sofreram violência física ou sexual

Segundo relatório da OMS: Uma em cada 3 mulheres no mundo já sofreram violência física ou sexual

por Redação

Os números são gritantes – e surpreendentes. No mundo todo, quase uma a cada 3 mulheres sofreram violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida, de acordo com um novo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número permaneceu praticamente inalterado na última década, disse a OMS.

Marcelo Ribeiro*

O relatório, que a OMS afirma ser o maior estudo já feito sobre a prevalência de violência contra a mulher, baseia-se em dados de 161 países e áreas sobre mulheres e meninas de 15 anos ou mais, colectados entre 2000 e 2018. Por isso não explica o impacto da pandemia. Bloqueios e restrições relacionadas ao movimento levaram a relatos generalizados de uma “pandemia sombria” — uma onda de violência contra mulheres e meninas em todo o mundo, já que muitos se viram presos em casa com seus agressores.

Os números “realmente trazem à tona o quão amplamente prevalente esse problema já era” mesmo antes da pandemia, disse a Dra Claudia Garcia Moreno, da OMS, uma das autoras do relatório. Ela diz que os pesquisadores não saberão o verdadeiro impacto da pandemia na violência contra as mulheres até que possam realizar novas pesquisas de base populacional novamente no futuro.

De acordo com o relatório, a violência entre parceiros íntimos foi a forma mais prevalente – e começa cedo. Quase uma a cada 4 meninas e mulheres que estavam em um relacionamento já sofreram violência física e/ou sexual aos 19 anos, segundo o relatório.

Globalmente, 6% das mulheres relataram ter sido abusadas sexualmente por alguém que não seja um marido ou parceiro — embora o número real seja provavelmente maior, porque o abuso sexual ainda é altamente estigmatizado e pouco divulgado pela mídia, de acordo com a análise.

“Os resultados pintam um quadro horrível” da escala da violência contra as mulheres, disse o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma colectiva (conferência) de imprensa na terça-feira (09). Em um comunicado, ele chamou de um problema “endêmico em todos os países e culturas que foi exacerbado pela pandemia COVID-19”.

“Mas ao contrário do COVID-19, a violência contra as mulheres não pode ser interrompida com uma vacina. Só podemos combatê-la com esforços profundos e sustentados — por governos, comunidades e indivíduos — para mudar atitudes prejudiciais, melhorar o acesso

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