Face ao surgimento de novas variantes da Covid-19, tem-se levantado questões sobre a eficácia ou não das vacinas já produzidas. A esse respeito, foi garantida que a vacina da Pfizer-BioNTech mantém grande parte da eficácia contra as principais mutações do vírus Covid-19 verificadas no Reino Unido e na África do Sul, anunciaram quinta-feira (28) as duas empresas através de um comunicado.
Os testes ‘in vitro’ «não demonstraram a necessidade de uma nova vacina para fazer face às variantes emergentes», referem as duas companhias.
O documento da Pfizer-BioNTech acrescenta que as empresas «vão continuar a monitorar as variantes emergentes estando prontas a reagir» se uma das mutações se mostrar resistente à vacina.
Na terça-feira (26), a directora da Agência Europeia do Medicamento (EMA) já tinha dito que as vacinas da Pfizer-BioNtech e da Moderna contra a Covid-19 são eficazes para a variante britânica, mas admitiu que a mutação da África do Sul é «mais complicada».
«No que toca às duas vacinas que já foram autorizadas, pedimos às empresas para verificar o efeito das novas variantes no seu desempenho e […], de acordo com os estudos preliminares, estas vacinas continuarão a ser eficazes pelo menos relativamente à variante britânica», declarou a responsável.
Enquanto isso, a Comissão Europeia anunciou que o laboratório da Pfizer irá retomar o ritmo de entrega das suas vacinas na próxima semana, após ter anunciado um atraso na quinta-feira passada.
«Esta semana, houve interrupções nas entregas, mas, a partir da próxima semana, as entregas irão retomar conforme planeado», referiu o porta-voz da Comissão para a Saúde, Stefan de Keersmaecker, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário.
Explicitando que, assim que foi informada de que «havia atrasos nas entregas» das vacinas da Pfizer-BioNTech, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, contactou «imediatamente» o conselheiro delegado da Pfizer, tendo o porta-voz referido que, na altura, foram dadas garantias à presidente do executivo de que «as entregas que foram feitas para o primeiro trimestre serão feitas no primeiro trimestre» e que, nos próximos trimestres, «irá haver um aumento da produção».
Segundo o porta-voz, após o telefonema entre Von der Leyen e o conselheiro da Pfizer, a Comissão reuniu-se com o Conselho Directivo responsável pela estratégia de vacinação na UE — e que é constituído por representantes de todos os Estados-membros – tendo a Pfizer anunciado, nessa altura, que o atraso nas entregas seria de «uma semana» e ocorreria na «próxima semana».
Stefan de Keersmaecker referiu assim que, a partir da próxima semana, as entregas irão «retomar conforme planeado» e sublinhou que a Comissão continua a «acompanhar a situação com a empresa», destacando, no entanto, que «as entregas são uma questão entre a companhia e os Estados-membros».
«A Comissão assinou um contrato sobre o enquadramento geral, mas as ordens de compra e os acordos de entrega, propriamente ditos, são decididos bilateralmente entre os Estados-membros e a empresa, o que é absolutamente normal porque são os Estados-membros que estão melhor posicionados para saber do que precisam tendo em conta as suas campanhas de vacinação», referiu o porta-voz.
De Keersmaecker referiu ainda que o «importante é que o contrato com a Pfizer-BioNTech seja respeitado» e «seguido à linha».
«Continuamos em contacto com os Estados-membros e oferecemos o nosso apoio onde podemos e onde é útil, para nos assegurarmos que as entregas têm lugar tal como combinado e que se mantêm sem interrupções», referiu o porta-voz.
O laboratório norte-americano Pfizer advertiu na quinta-feira passada para uma quebra «a partir da próxima semana» nas entregas das vacinas contra a Covid-19 na Europa, com vista a melhorar a sua capacidade de produção.
«A redução temporária afectará todos os países europeus», indicou o Instituto de Saúde Pública norueguês.
«Não é conhecido, de momento, o tempo que poderá levar até a Pfizer regressar à capacidade máxima de produção, que será aumentada de 1,3 para dois mil milhões de doses» por semana, segundo a mesma fonte.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China. (In NM)