Melanie Trump quebrou o silêncio e veio a público comentar a invasão do Capitólio considerando que «a violência nunca é aceitável».
Num comunicado partilhado pela Casa Branca, a ainda primeira-dama dos Estados Unidos diz que se sente «desapontada e triste» com o ataque, que culminou com cinco vítimas mortais.
No documento, composto por um texto de 600 palavras, Melanie afirma, também, que acha «vergonhoso» considerarem que é conivente com o incidente.
«A nossa Nação deve curar-se de uma forma civil. Não se enganem, condeno em absoluto a violência que aconteceu no Capitólio da nossa Nação. A violência nunca é aceitável», pode ler-se.
Na mesma esteira, a Aliança Evangélica Mundial (AEM) manifestou a sua preocupação para com a violência registada na passada quarta-feira (06), no edifício do Capitólio, em Washington, alertando para a «atmosfera polarizada» que se vive nos Estados Unidos.
AAEM associou-se à Associação Nacional de Evangélicos dos Estados Unidos «na denúncia da insurreição no Capitólio», afirmou a Aliança Evangélica Portuguesa, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
«Temos acompanhado os eventos recentes com grande preocupação e juntamo-nos aos nossos irmãos e irmãs em Cristo nos Estados Unidos para condenar inequivocamente a violência», diz o secretário-geral da AEM, Efraim Tendero, citado na nota de imprensa.
O bispo evangélico salienta que «os acontecimentos nos Estados Unidos têm grande influência noutras partes do mundo», sendo necessário curar uma «nação dividida que tem sofrido durante muito tempo sob uma atmosfera polarizada na política, na sociedade e até na Igreja».
«Oramos especialmente pelos pastores e líderes das igrejas para que tenham a força e a sabedoria para servirem na vanguarda da construção de pontes dentro de comunidades divididas», concluiu Efraim Tendero.
Enquanto isso, o FBI investiga se intenção era fazer reféns e matar políticos, incluindo essa hipótese na sua investigação, porque alguns dos invasores levavam consigo armas ou outros materiais destinados a deter, imobilizar ou magoar pessoas, o que sugeria intenções mais graves do que causar caos. Foram identificados, em invasores, algemas de plástico, para além de um homem que foi detido com uma arma de fogo. Foram ainda encontradas outras armas no local e dois engenhos explosivos.
As autoridades norte-americanas já detiveram dezenas de pessoas que estiveram envolvidas no ataque de quarta-feira ao Capitólio e procuram muitas outras.
De acordo com o Washington Post, a polícia federal norte-americana (FBI), que está encarregue do caso, procura agora estabelecer se a multidão que irrompeu pela sede do Congresso, para além de criar caos e impedir a certificação do Presidente Joe Biden, queria também fazer reféns ou atentar contra a vida de congressistas.
«Não estamos a olhar para isto como uma grande conspiração, mas estamos interessados em saber o que iam fazer com braçadeiras de plástico, disse à publicação um responsável das autoridades, que, como muitos outros, falou sob condição de permanecer anónimo. Uma das hipóteses em cima da mesa é que alguns dos invasores sejam actuais ou antigos agentes de autoridade ou militares.
Recorde-se que, pelo menos, três dos invasores já foram identificados, por serem conhecidos apoiantes de Trump e/ou seguidores do ‘Qanon’, o movimento responsável por teorias da conspiração. O primeiro foi Richard Barnett, líder de um grupo defensor do uso de armas do Arkansas, que entrou no gabinete de Nancy Pelosi e colocou os pés sob a sua secretária.
Foram também detidos Adam Johnson, o apoiante de Donald Trump que se fotografou a transportar o púlpito da líder democrata Nancy Pelosi, e Jacob Anthony Chansley, conhecido como Jake Angeli , autoproclamado ‘Xamã do QAnon’, o tal movimento ou seita de seguidores de Donald Trump que defendem, por exemplo, que o Presidente cessante dirija uma guerra secreta contra «pedófilos adoradores de Satanás».
Entre a multidão, porém, foram identificados elementos de grupos neofascistas e supremacistas brancos. A polícia federal ainda está à procura de vários indivíduos. (In NM)