Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito com maioria esmagadora, segundo notícias, o que elimina a necessidade de uma segunda volta. A socialista Ana Gomes ficou em segundo lugar. Um pleito em que o Índice de abstenção foi alto, mas abaixo do previsto.
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito presidente de Portugal, segundo projeções divulgadas após o fechamento das urnas na noite deste domingo (24), no encerramento da votação no continente, na Ilha da Madeira e também na região autônoma de Açores.
Rebelo, de 72 anos, chegou a sofrer uma queda nas pesquisas de intenção de voto, especialmente após o agravamento da pandemia de Covid-19 no país nas últimas semanas.
Mas, aparentemente, funcionou seu apelo para que se evitasse mais três semanas de campanha, levando a decisão a um segundo turno, e os eleitores acreditaram em sua promessa de transformar o combate ao coronavírus em prioridade máxima.
A socialista Ana Gomes aparece como a segunda mais votada, com entre 13% a 16% dos votos.
O populista André Ventura, do partido de extrema-direita Chega, ficou em terceiro lugar, com entre 9% a 12%. Ventura, de 38 anos, abusou de comentários misóginos contra as suas duas rivais mulheres na disputa e fez duras ameaças às minorias, principalmente contra ciganos.
Sete candidatos concorreram à presidência, mas havia oito candidatos no boletim de voto. Isto porque um dos concorrentes, Eduardo Baptista, o primeiro da lista, não se qualificou, mas acabou incluído na versão final do documento. Os boletins foram impressos antes da Comissão Nacional Eleitoral dar o seu parecer sobre a regularização das candidaturas, de acordo com a RFI.
Em Portugal, o chefe de Estado não tem poder executivo, mas pode dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas em caso de crise política. Rebelo de Sousa conviveu até agora sem maiores atritos com o primeiro-ministro socialista, António Costa, que deu apoio oficioso à sua reeleição.
O medo da Covid-19 provocou um grande índice de abstenção, mas não um recorde, como chegou a ser previsto. O número de eleitores a comparecer aos centros de votação ficou abaixo do registado em 2016, mas acima do número de 2011. O voto não é obrigatório em Portugal.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até às 16 horas, 35,44% dos eleitores tinham votado. Nas últimas eleições presidenciais, em 24 de Janeiro de 2016, à mesma hora, esse número era de 37,69%. Em 2011, foi de 35,16%.
No total, a estimativa era de que 60% a 70% dos eleitores desistissem de votar, mas esse número pode ter sido entre 50% e 69%, segundo as projeções.
O país de 10 milhões de habitantes está a passar por um grave surto de pandemia desde o final de 2020, quando regras de distanciamento e prevenção foram relaxadas no período de Natal, com a maior média anual de novos casos e mortes per capita em sete dias.
As autoridades relataram um número recorde diário de 274 mortes e mais de 15.300 novos casos no sábado (23), com fila de ambulâncias por várias horas em hospitais lotados.
Já o governo de Portugal identificou na sexta-feira (22) o primeiro caso de infecção por coronavírus ligado a uma variante sul-africana, outra das mutações recentes do Sars-Cov-2 apontada como de alta transmissão. (In agências)