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Idosa de 70 anos agredida depois de ser confundida com asiática

por Redação

Violência contra asiáticos aumentou nos EUA. Uma mulher de 70 anos foi brutalmente agredida esta sexta-feira (16), depois de ter sido confundida com uma pessoa de origem asiática, na Califórnia.

A vítima, uma idosa mexicana, estava a sair do autocarro quando outra passageira lhe dirigiu palavras ofensivas. Depois disso, puxou-lhe os cabelos e arrastou-a até à entrada do autocarro sem que ninguém interferisse.

A agressora é Yasmine Beasley, de 23 anos. A mulher foi detida e acusada de agressão.

A suspeita de um crime de ódio, no entanto, surgiu inicialmente porque asiáticos que vivem ou estão nos Estados Unidos têm sido vítimas de milhares de ataques discriminatórios, muitas vezes não apenas verbais, mas também físicos, desde o início da pandemia de Covid-19, há um ano.

Em diversos casos, os agressores os acusam de serem responsáveis pela disseminação do coronavírus. Em situações mais graves, há exemplos de pessoas que apanharam nas ruas ou até o de manifestantes que foram atropelados propositadamente em Elk Grove, na Califórnia.

Um centro criado especialmente para registrar incidentes de ódio, violência, assédio, discriminação e intimidação infantil contra essas pessoas, o ‘Stop AAPI Hate’, recebeu 3.795 relatos desde sua criação, em 19 de Março de 2020, até o dia 28 de Fevereiro deste ano. Desse total, 503 aconteceram apenas em 2021.

Isso, porém, representa apenas uma fração do número real de casos, já que a grande maioria das vítimas não reporta as situações a que é submetida, segundo os seus criadores, membros do ‘Conselho de Planejamento e Política do Pacífico Asiático’, do ‘Chineses para Acção Afirmativa’ e do ‘Departamento de Estudos Asiático-Americanos’ da Universidade Estadual de São Francisco.

Em um relatório divulgado recentemente, o ‘Stop AAPI Hate’ revela que as denúncias partiram de todos os 50 estados e do distrito de Columbia, e que as mulheres estão 2.3 vezes mais sujeitas a serem vítimas do que os homens.

Crianças e jovens de até 17 anos são as mais assediadas e agredidas (12,6%), seguidos por idosos acima dos 60 anos (6,2%), e os chineses são aqueles que mais sofrem: 42,2% das

ofensas são dirigidas a eles, seguidas por 14,8% a coreanos, 8,5% a vietnamitas e 7,9% a filipinos.

Os asiáticos são maltratados principalmente em lojas e locais de serviço (35,4%), e nas ruas (25,3%), até mesmo mais do que online (10,8%).

A maioria das agressões são xingamentos e humilhações verbais, que respondem por 68,1% das denúncias, seguidas pelo comportamento em que os asiáticos são deliberadamente ignorados, com 20,5%.

Em terceiro lugar aparecem as agressões físicas, com 11,1%. Também é grande o número de reclamações por direitos civis recusados – discriminações em locais de trabalho, pessoas que se recusam a atendê-los, fornecer algum serviço ou transportá-los, por exemplo – com 8,5%.

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