O primeiro disparo atingiu a vítima no coração. O segundo feriu outro homem na perna.
José Carlos dos Santos, de 51 anos e conhecido por ‘Carlão’, foi morto a tiro num restaurante da rua das Hortas, no Funchal, Madeira, na noite de sexta-feira (20.11). Atingido no peito, morreu ainda no local.
O autor do crime, de 64 anos, atirou ainda sobre um outro homem de 43, atingindo-o numa perna. Teve de ser assistido pelos bombeiros e hospitalizado. José Luís foi localizado e detido já na madrugada deste sábado (21). Presente a um juiz, ficou em prisão preventiva.
As vítimas e o atirador faziam parte do mesmo grupo, que chegou ao estabelecimento pelas 23h00. «Tomaram uma bebida e depois um deles começou uma discussão do nada, sobre quem iria pagar a conta, e ameaçou dar um tiro», contou Magno Rodrigues, dono do restaurante, acrescentando que ‘Carlão’ era cliente habitual do espaço há já 20 anos.
Na mesa, estavam «seis ou sete pessoas e ainda uma criança com sete anos», que assistiu a tudo. O suspeito saiu do restaurante após a discussão e deslocou-se ao carro, «tudo indica que para ir buscar a arma». Quando voltou, sem dizer nada, disparou os tiros. «O primeiro tiro atingiu o ‘Carlão’ no coração e o outro atingiu o outro homem de raspão na perna. Esse tiro já o vi a dar. Depois saiu calmamente sem dizer nada, como se nada se tivesse passado», recordou a testemunha.
«Foi um momento de terror. Foi absolutamente desumano. Um homem que nunca tinha cá estado chega aqui e dispara de forma cobarde estes tiros», lamentou. A PJ e a PSP montaram uma caça ao homem e o suspeito foi detido já pelas 02h00.
Vários amigos de ‘Carlão’, cozinheiro de profissão, lamentam a morte deste nas redes sociais. «Era uma pessoa extremamente afável, educada, e simpática. Não consigo entender», escreveu uma amiga.
O suspeito está indiciado pela prática de dois crimes de homicídio qualificado, um dos quais na forma tentada, e um de posse de arma proibida, informou a Polícia Judiciária em comunicado.
«É um trauma. As imagens do que vi vão-me ficar para o resto da vida, é um grande trauma. Ele [atirador] era divorciado e tinha vários problemas. O que ele fez foi fulminante», afirmou o dono do restaurante. (In Correio da Manhã)