Início Mundo China ocultou informação e enganou os técnicos da OMS na recente missão a Wuhan

China ocultou informação e enganou os técnicos da OMS na recente missão a Wuhan

por Redação

A China ocultou informação sobre os primeiros casos de Covid-19 há um ano, o que favoreceu os contágios, e fê-lo novamente na recente missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) a Wuhan, denunciou esta quinta-feira (18) a Human Rights Watch (HRW).

«AChina claramente quer evitar ser acusada de ser o lugar onde começou a pandemia», disse o director executivo da organização de defesa dos direitos humanos, Kenneth Roth, numa conferência de imprensa organizada pela Associação de Correspondentes das Nações Unidas (ACANU).

Segundo Roth, durante a missão dos especialistas da OMS a Wuhan, que terminou na semana passada, Pequim «recusou partilhar informação anónima sobre os primeiros casos», quando apenas metade dos 174, identificados inicialmente, estavam relacionados com o famoso mercado Huanan, em Wuhan, o que indicia encobrimento.

Do mesmo modo, «houve em Wuhan 92 doentes hospitalizados com sintomas semelhantes aos da Covid em Outubro e Novembro de 2019, mas a China só deu à OMS testes de anticorpos muito posteriores, sem radiografias ou análises de sangue, exames que teriam mostrado que o surto estava presente um ou dois meses antes do admitido», disse, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

Além disso, «Pequim continua a promover a teoria maluca de que a covid-19 pode ter sido causada pelo contacto com alimentos congelados, apesar de não haver provas de alguém em qualquer parte do mundo ter sido infectado desse modo», sublinhou o responsável máximo da HRW.

Roth também criticou a missão de especialistas da OMS e outras organizações associadas por «darem crédito àquela teoria dizendo que a estão a investigar», adiantando que significa «dar uma injecção de propaganda a Pequim», numa altura em que o foco deveria ser «o que está a esconder».

O activista disse ainda que a missão não integrava «elementos de destaque da OMS», salientando que a «supressão de informação é má para a saúde pública» porque «saber o que aconteceu é fundamental para evitar uma próxima pandemia Covid-22 ou Covid-23».

O responsável da HRW admitiu não haver provas de que o SARS-CoV-2 tenha sido criado em laboratório, mas sublinhou que a opacidade chinesa ajuda a alimentar este tipo de suspeitas.

«Quanto mais a China esconde, mais credibilidade dá a essas teorias, porque as pessoas questionam-se sobre o que esconde… embora possa significar apenas que quer evitar ser apontada como o lugar onde começou outra doença infecciosa, como aconteceu há quase 20 anos com o SARS», frisou Roth.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,8 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China. (In NM)

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