Francisco Manuel
Em várias ocasiões, o Governo angolano tem sido acusado, a nível internacional e não só, de não honrar o pagamento das dívidas, utilizando uma estratégia de deixar passar o tempo, para que os credores, sobretudo as grandes empresas, acabem por desistir do que lhes é devido ou, caso contrário, sejam obrigados a aceitar novas condições impostas, como o pagamento em títulos, que só podem ser liquidados com elevados descontos, para além da revisão de preços.
A postura dos governantes angolanos em relação a esta questão, tem sido entendida como “falta de seriedade” no bom estilo de jogadores de batota.
Tal processo, tido como “bluff”, está antes de mais a manchar o bom nome do país, a pontos de que, em círculos internacionais, os governantes angolanos estão a ser tomados por “caloteiros”, criando assim um efeito nocivo para a economia angolana, ao mesmo tempo que desistimula o investimento estrangeiro.
Na mesma esteira, nos últimos dias, corre a notícia de que Angola não tem cumprido os acordos assumidos ao nível da OPEP, situação reconhecida por Diamantino Azevedo, ministro do Petróleo, em documento endereçado ao ministro da Energia da Argélia, Abdelmajid Attar, presidente rotativo da organização, comprometendo-se a cumprir a meta de produção assumida pelo país com os respectivos cortes adicionais para compensar as falhas anteriores.
Contudo,de acordo com fontes bem informadas, as promessas do ministro angolano não convenceram a direção da OPEP.
Sublinhe-se que Angola quer adiar os cortes até ao mês de Outubro do corrente ano, quando se tinha comprometido em fazê-lo em Junho.
Neste sentido, o Comité de Monitorização da OPEP irá reunir-se para aplicar medidas adicionais por Angola daixar passar o tempo.